terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Acidente na Construção Civil

Caso verídico julgado no Tribunal de Cascais,Portugal. - Carta de um segurado, endereçada à Cia. Seguradora que não queria pagar as despesas referentes ao seu acidente.

Exmos. Senhores,

"Sou assentador de tijolos em obras aqui em Cascais. No dia do acidente, estava eu sozinho a assentar tijolos no telhado de um edifício de 6 andares.

Quando acabei o serviço, vi que tinham sobrado diversos tijolos. Como não sou burro, ao em vez de os levar à mao, decidi desce-los dentro de um barril, com a ajuda de uma roldana, a qual estava fixada na parte externa do edifício. Subi o barril com uma corda que foi bem amarrada no térreo (fazendo uma redução de segurança), fui ao telhado, e coloquei os tijolos no barril. Voltei ao térreo, desatei a corda e segurei-a com bastante força. Neste momento, começaram os problemas que deram origem ao acidente.

Ocorre que, como o barril estava a pesar 350 kg. e eu peso apenas 85 kg., fui içado do chão a grande velocidade. Devido à minha surpresa, perdi a presença de espírito e esqueci-me de largar a corda.

Enquanto o barril descia eu subia. Na proximidade do terceiro andar, dei um encontrão com o barril pesando 350 kg. que vinha a descer. Acho que fica claro para os Srs. como tive a fratura do crânio e da clavícula.

Continuei a subir a uma velocidade ligeiramente menor, não tendo parado até os nós dos dedos de minha mão estarem completamente instalados na roldana. Por este motivo os ferimentos e fraturas dos dedos. Felizmente, sem perder a presença de espírito, pois estava do lado de fora do edifício, apesar das fortes dores, continuei-me agarrado firmemente à corda. Neste mesmo momento, porém, o barril de tijolos batia ao chão, espatifando o fundo. Ora pois, sem os tijolos em seu interior, o barril, que agora pesava apenas 25 kg., começou a subir e, como os Srs. podem imaginar, comecei a descer rapidamente. Próximo ao segundo andar, encontrei-me novamente com o maldito barril já espatifado, o que explica a natureza dos tornozelos partidos e das lacerações nas pernas. Graças a Deus o encontro com o barril, diminuiu a velocidade de minha queda, minimizando meus sofrimentos e quando cai sobre os tijolos, felizmente só quebrei 3 vértebras.

Lamento, no entanto, confessar-lhes que, enquanto me encontrava caído ao solo sobre os tijolos, com muitas dores e incapacitado de me levantar, perdi a presença de espírito e larguei a corda. Como os Senhores agora já sabem, o barril pesava mais que a corda e desabou a uma velocidade vertiginosa em cima de mim partindo-me as duas pernas.

Espero ter-lhes dado explicações satisfatórias do meu acidente, e peço indenização pela Seguradora."


Será verdade mesmo???

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