sexta-feira, 7 de maio de 2004

SOBRE O TRÂNSITO DE LONDRINA

Agradeço a participação do nosso amigo Beto Monteiro, e publico abaixo seu e-mail:
Olá André
Vejo com muita tristeza as discussões sobre trânsito.
A mais de 10 anos durante um simpósio da Volvo, sobre segurança no tráfego, participei com idéias, consegui promessas dos "responsáveis" da época pela engenharia de tráfego de Londrina, que me ouviriam, e implantariam num bairro de nossa cidade, o meu projeto.
Para tanto, tive que prometer dar em garantia um imóvel meu, que ressarciria a PML caso essa implantação em um bairro não funcionasse.
O que fizeram?
Nunca mais falaram comigo, mesmo tendo assumido o compromisso de faze-lo.
Roubaram parte das minhas idéias, e sem o conhecimento embasado da parte deles, não fizeram como eu havia planejado, e lógico que não atendeu ao propósito que eu havia idealizado.
Será que se eu propuser uma venda da idéia, algo como CR$100 milhões, eles vão me ouvir? Pois quando propus, o fiz de graça, garantindo uma diminuição substancial de mortes e acidentes, com diminuição também substancial do custo de manutenção se comparado ao atual sistema, e ainda uma redução brutal do tempo, para se locomover de um lugar a outro em nossa cidade.
A idéia serve para outras cidades também.
Sendo só, agradeço ter em vc um canal para minha manifestação.
Abraço
Beto Monteiro

Você tem o dever de ser livre!

”A pior coisa que você poderia fazer por aqueles que você ama, é fazer as coisas que eles poderiam fazer por si mesmo”. Autor Desconhecido.

Querida Amiga (o),

Depois de 30 anos congelado, eu acordo no dia 7 de Maio de 2004. Curioso por saber quais são as boas novas dos novos tempos, eu vou até a banca de jornal mais próxima da minha casa a procura do conhecimento moderno. Após uma longa busca por entre tantas publicações disponíveis, uma folheada aqui e outra ali, eu acabo por perceber que pouca coisa mudou. A badalada revista Manchete agora se chama Veja, a provocativa Ele e Ela agora se chama Playboy, e a egocêntrica Fatos e Fotos agora se chama Caras.

Frustrado, eu deixo a banca de jornal e volto para casa. Na esquina, algo me incomoda, apesar de tudo parecer igual, algo estava muito diferente naquela banca de jornal, uma mudança profunda havia acontecido por lá, mas o quê?!?!

Ao chegar em casa, eu ligo a televisão. O velho Chacrinha agora se chama Faustão, as chacretes agora são dançarinas de academia, o show de calouros agora se chama Se vira nos trinta, o Programa do J.Silvestre agora se chama Retrato Falado, e até o Programa do Homem do Sapato Branco continua no ar, agora como Linha Direta e Cidade Alerta.

Frustrado, eu desligo a televisão. Será possível que nada mudou em 30 anos?

Apesar de tudo parecer igual na televisão, uma forte sensação de que algo mudou volta a me atacar, mas o quê?!?!

O jornal do dia está em cima da mesa, a manchete na capa diz, “Eu prometo que vou trabalhar para gerar 10 milhões de empregos para vocês”. Quem é esse cara?!?!? O político mudou, a ideologia não. A notícia do jornal me faz lembrar que eu também não tenho trabalho. Eu viro a página para o caderno de empregos, e dou de cara com os velhos bons anúncios que oferecem as mesmas velhas vagas da minha época, os mesmos cargos, as mesmas empresas, Gerente disso, Diretor daquilo, Técnico em Sistemas, Secretária, Vendedor; as mesmas qualificações são solicitadas, inglês, faculdade, X anos de experiência, bom relacionamento com as pessoas etc. Nada parece novo. Tudo parece igual. Eu jogo o jornal para o lado.

Em cima da cômoda, eu encontro um boletim de escola com as notas de alguém. Uma sobrinha que eu ainda não conheço. Português, Matemática, Ciências, Biologia, Física, Química, Inglês etc. As mesmas matérias, os mesmos ensinamentos, nada mudou.

Frustrado, eu decido dar uma nova volta pelo bairro. Na rua de atrás, eu noto uma grande construção, parece um armazém, um cinema, ou um supermercado. Um rapaz engravatado que poderia muito bem se passar por um belo vendedor de enciclopédia vem em minha direção e entrega para mim um folheto, “Irmão”, diz o rapaz, “Seja bem vindo a nossa casa. Você conhece a nossa igreja? Entre agora. Todos os seus problemas serão resolvidos”.

Definitivamente, nada mudou.

Eu retorno para o meu passeio. Dez minutos depois, eu me vejo novamente a frente da banca de jornais. Um menino se diverte com algum gibi. De repente, algo que o jornaleiro diz para o garoto me faz ACORDAR.

É isso! TUDO MUDOU!!!!! TUDO MUDOU!!!!!

Trinta anos atrás, se eu colocasse a minha mão em um gibi em uma banca de jornal, o jornaleiro me obrigava a pagar. “É proibido folhear revistas se você não for comprar!”, o Mandamento Nº. 1 do bom jornaleiro na época.

HOJE, eu aprendi que eu posso folhear o quanto quiser, o que eu quiser, do jeito que eu quiser, e ainda não comprar se eu não quiser. HOJE, eu aprendi que existem dezenas de outros títulos de revistas e jornais, e que eu não preciso mais comprar as mais das mesmas. HOJE, eu aprendi que a televisão moderna possui um acessório fantástico chamado CONTROLE REMOTO, e que eu posso dar um BASTA naquilo que eu não concordo no segundo em que eu QUISER. HOJE, eu aprendi que NINGUÉM vai gerar nenhum emprego para mim, e que o PATERNALISMO e ESTADO- MAEZONA são coisas que eu posso cortar FORA com o poder do meu voto, e que EU tenho o DEVER de ASSEGURAR um futuro não-paternalista para o MEU país.

HOJE, eu aprendi que nas escolas ainda se ensinam técnicas e nas empresas ainda se procura habilidades; e eu, vou me esforçar para ser MBA nas matérias que todos imaginam que não existem mais: INTEGRIDADE, CRIATIVIDADE, RESPONSABILIDADE, PROPÓSITO e PAIXÃO.

HOJE, eu aprendi que existem dezenas de crenças diferentes, e que o mais importante de tudo é você ACREDITAR apaixonadamente em alguma coisa, dar a sua vida por alguma coisa, e ajudar os outros a fazer o mesmo.

Você tem o DEVER de ser livre! ACORDA!!!! Nada menos que isso interessa.