terça-feira, 20 de novembro de 2007

The Secret é um lixo


"Saudações meus amigos! Você quer ser tão feliz quanto eu? Você tem o poder dentro de você agora mesmo para conseguir isso, use-o! Envie R$ 1,00 para o "Programa Eu sou feliz", Evergreen Terrace, Springfield. Não se atrase; a felicidade eterna está apenas hum real de você.",

Homer Simpson.


Querida(o) Amiga(o),
O grande segredo é que você nasceu com super poderes para conseguir o que quiser. Basta querer. Basta acreditar. Basta mentalizar. Você pode tudo. "We are the champion, my friend". Você pode tirar nota 10 em todas as matérias da escola, basta pensar nisso. Você pode conquistar todas as garotas do pedaço, das loiras até as orientais, basta se concentrar nelas. Você pode atrair todos os clientes que desejar, basta focar o seu pensamento nos caras.


The Secret, o livro, o dvd, o cd, a palestra, a camiseta e todas as drogas derivadas dessa porcaria é uma das piores baboseiras que surgiram no pedaço nos últimos tempos. Lixo da pior espécie. Circo e pão para as massas! Saída fácil para os preguiçosos! Você quer saber o The Secret para emagrecer? Pare de comer pão antes de dormir. Se você quer ganhar uma bicicleta, economize a sua mesada. Se você quer um emprego melhor, pare de reclamar da vida, e trabalhe dobrado hoje.


The Secret é uma ofensa em vários aspectos.


1o. Você é culpado pelas coisas ruins que acontecem com você. Insulto a todos os doentes e injustiçados do planeta! Será que os seis milhões de judeus assassinados durante a segunda grande guerra atraíram a maluquice do hitler porque tinham pensamentos negativos? Será que as crianças que morrem na África todos os dias sofrem de mau humor? Será que os cidadãos vítimas de bala perdida pensavam em morte quando foram alvejados? Será que os portadores de HIV pensavam em doenças quando foram vitimados?


2o. O negócio é ser rico. Afinal, The Secret é sobre o quê? Melhorar o mundo? Compaixão? Inovação? Cidadania? The Secret é sobre ficar rico. E para isso, segundo The Secret, você tem que ter coisas. Que coisas? Um carro novo, uma casa nova, uma roupa nova, um computador novo, um corpo novo etc etc etc.


Lixo, lixo, lixo!


O segredo é justamente aprender que você já tem o suficiente. Felicidade é sobre usar a adversidade da tua vida para criar algo fantástico para você e outras pessoas. A história de Rodolfo Nagai, e sua Assai Atacadista é um exemplo disso. Comprada recentemente pelo grupo Pão de Açúcar por 208 milhões de reais, a Assai cresceu atendendo os dogueiros, pasteleiros e pequenas pizzarias, um público abandonado pelos grandes atacadistas. "Os pequenos comerciantes não tinham tempo de comprar, e eu resolvi ajudá-los", diz Nagai. "Quando me dei conta, estava atendendo dezenas de pequenos comerciantes." Pare de sofrer ao tentar ser o que você não é. O segredo é encontrar significado na tua vidinha atual, e não desejar ser algo que você não é ou não pode ser agora.


3o. Você pode ser tudo, basta acreditar. Não, você não pode!!! Bobeira! Se você é bom em história deve ser terrível em matemática e vice-versa. Se você é bom em finanças, deve ser terrível em marketing e vice-versa.
Você não é bom em tudo e nem deve ser. Se você colocar dez pessoas em uma sala de aula para aprender uma matéria nova seja ela qual for, no final do dia duas pessoas serão crânios no assunto, cinco serão medianas, três serão terríveis, mesmo recebendo o mesmo treinamento na mesma hora do mesmo professor. Se acreditar fosse o suficiente para ser excelente em alguma coisa, 70% das pequenas empresas não quebrariam antes de completar cinco anos de idade. Ou você acha que os empresários que quebraram não têm suficiente pensamento positivo? Para ser dono do seu próprio negócio é preciso praticar alguns princípios, e não apenas acreditar neles. 9 em cada 10 brasileiros querem ser donos do seu próprio negócio. Infelizmente, ser dono do seu próprio negócio não é uma profissão para qualquer um. Algumas pessoas simplesmente não têm condição para serem empresários, e isso não quer dizer que alguém seja melhor do que alguém por causa disso. Como empresário você precisa trabalhar três vezes mais do que um funcionário tradicional. Esqueça as horas extras com a família. Esqueça os finais de semana e pontos facultativos por pelo menos 5 anos. Às vezes será preciso limpar a própria privada, entregar a própria venda, e consertar o próprio computador.


Você está pronto para isso?


A sua família te dá o suporte para seguir em frente?


Ser dono do seu próprio negócio significa ter autodisciplina e confiança ao extremo. Você é do tipo de acorda todos os dias pronto para DESTRUIR DE VIVER ou você é do tipo que "simplesmente" não tá a fim de encarar as pessoas hoje? Você consegue aprender inglês sozinho ou precisa pagar um cursinho para te ensinarem o que aprender? Você consegue perder peso sozinho em corridas solitárias no parque próximo a sua casa ou precisa pagar um personal em alguma academia para te motivar? Você gosta de vender os produtos e serviços que produz, ou precisa de alguém que converse com os clientes para você? Ser dono do seu próprio negócio requer que você seja vendedor de carteirinha.


Se você não se sente confortável em ser vendedor, você terá grandes dificuldades em tocar um negócio. Se você tem dificuldades para se motivar, e precisa do The Secret para levantar a tua bola, o teu fim é fazer parte das estatísticas do Sebrae. The Secret é uma ofensa. Vender tamanha baboseira deveria ser um crime inafiançável. Veja como termina o livro: "Os pássaros cantam para você, as estrelas brilham para você, o sol brilha para você, todas as coisas belas estão aí para você, nada poderia existir sem você. Não importa quem você pensava que era, agora você sabe quem você realmente é. Você é o senhor do universo. Você é a perfeição da vida.


E agora você conhece o segredo." Senhor do Universo? Ah ah ah ah!!! "Pelos poderes de Greyskull!".


The Secret é bom em apenas uma coisa: marketing. Mas mesmo nesse campo eles perdem para outros marketeiros que já revelaram o segredo. Eu acredito que você conhece o slogan deles: "Just do it!".

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Gestão do Fósforo

Recebi este texto de uma amiga, via e-mail.
Achei que tem muito a ensinar... e tudo que tem conteúdo, deve ser divulgado!
So... enjoy it!


Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal: Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.

Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia. Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave.Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: '- Bem-vindo ao Venetia!'Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.

No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto ,apenas para passar a noite, começou a pensar que estava com sorte. Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto.

Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela.

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: 'Sua marca predileta de café. Bom apetite!' Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe?De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.

Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. 'Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?'Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia. O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.

Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.

Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.


Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas. O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!!!

Lembrando que:

Esta mensagem vale para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia que na maioria das vezes passam desapercebidos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A Coisificação do Homem

A “coisificação” do homem é um sinal do trágico destino da humanidade: a banalização da vida, a perda de valores éticos e morais, invertendo a prioridade da “coisa” sobre a vida. O crescente hedonismo coisifica o homem, pois este passa a ser um instrumento com uma finalidade única e suprema do prazer.

Vende-se a todo instante, através dos meios de comunicação ou por propagandas disseminadas entre as pessoas, a vida fácil, o prazer instantâneo, o valor do “ter” sobre o “ser” das pessoas. O jovem é o alvo mais freqüente e é bombardeado insistentemente com essa inversão de valores. Mas os adultos também são vítimas. Basta uma olhadela na rua ou folhear uma revista para percebermos a banalização da vida humana.

O relativismo moral e religioso é o responsável por essa inversão de valores, que coloca em risco a própria existência do homem. Tudo é verdadeiro e tudo é permitido desde que seja agradável e prazeroso; melhor ainda se for rápido, instantâneo! As pessoas precisam ser críticas a tudo que é colocado à sua disposição, principalmente quando algo é oferecido de forma muito fácil e graciosa: há que se investigar o que está por trás dessa generosidade suspeita.

A pressão para a legalização do aborto, alegando motivos invertidos como justificativa é um exemplo. Oras, alega-se que se há abortos clandestinos, precisamos legalizá-los. Baseando-se nesse raciocínio: se ninguém respeita o limite de velocidade na cidade e estradas, porque não liberá-los? Não! Limita-se a velocidade porque o seu excesso é um risco para vidas humanas. O mesmo raciocínio deve ser aplicado com relação ao aborto – um atentado contra a vida humana. Ainda: se há assaltos a bancos, porque não estudamos uma forma de legalizá-los? Porque o dinheiro é poderoso e é necessário guardá-lo a sete chaves. Então porque não preservar a sete chaves a vida humana, ainda que tenha apenas dias ou semanas, dentro de um útero materno?

Mais uma vez, a solução mágica é apresentada. Como no caso das cotas, aonde é muito mais fácil e eleitoreiro criá-las do que o demorado, mas necessário, investimento na melhora da qualidade da educação pública (Ensino Fundamental e Médio). Se há abortos clandestinos, é muito mais fácil legalizá-lo do que investir em educação e saúde para impedir gestações inconseqüentes. Há a necessidade de parar com os abortos – clandestinos ou não! O caminho correto é a educação. Também urge fiscalizar e condenar aqueles que promovem essa prática clandestinamente.

É preciso parar com essa inversão de valores. É preciso por os “pingos nos is” corretamente. Definitivamente. E assim, livrar as pessoas da banalização da vida humana.

O ser humano é dotado de inteligência. Deve utilizá-la para tomar suas decisões. Deve empregá-la a serviço da vida e da permanência da humanidade sobre a terra. Campanhas de proteção de árvores e matas são lançadas a todo o momento: sim, necessitamos preservar a natureza para sobrevivermos. Mas de que adiantará preservá-las, se o homem aniquila-se a si próprio?


Texto publicado no Jornal de Londrina - edição de 19/10/2007 - pág 02.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Somos todos Astronautas



O Planeta Terra é muito pequeno e muito frágil para a raça humana colocar todos os seus ovos na mesma cesta. Como todos os seres vivos, a mãe-terra um dia morrerá.





Querida(o) Amiga(o),


Está chegando a hora do cidadão comum dar uma volta no espaço. A Virgin Galactic, primeira empresa de turismo aeroespacial, acaba de anunciar o projeto de arquitetura que dará origem ao primeiro spaceport do planeta por onde passarão as "naves" da Virgin. A Virgin Galactic, empresa do Richard Bronson, começa a enviar cidadãos "comuns" ao espaço em 2009. Preço da passagem? US$ 200 mil dólares. Se você tiver esse dinheiro em caixa, e quiser dar uma voltinha até o espaço, visite o site da Virgin e reserve ainda hoje o seu assento.


Quando se fala sobre exploração do espaço, algumas pessoas criticam esse tipo de iniciativa porque acham um absurdo torrar tanto dinheiro para ir até a lua ou algo do gênero quando milhões de pessoas morrem de fome ou sofrem por desemprego no planeta terra. Eu acredito que temos que ir para o espaço doe a quem doer. Se não existe vida em outro planeta, cabe então a raça humana povoá-los. O planetinha que vivemos não suporta e não suportará os bilhões de seres humanos que existem por aqui, e ainda surgirão com suas necessidades maslownianas. Temos que ir para as cabeças. Conquistar o espaço. Ser o ET, ao invés de esperar por eles, e descobrir a origem do universo, e novos lugares para morar.


Se a Espanha e Portugal tivessem esperado até o velho mundo resolver o problema da pobreza na Europa, Ásia e África, ninguém teria descoberto a América. Nós não estaríamos aqui hoje, ninguém teria inventado o computador, a internet, o carro, o avião, a batata-frita e a mulher bonita. Estaríamos todos vivendo apertados no velho mundinho plano imaginado pelos papas corruptos do século quinze. Devemos esperar pela igualdade mundial para avançar um passo? Devemos invadir o país dos pobres e dizer o que é certo fazer?


Nos últimos anos, a África recebeu milhões de dólares em ajuda para sair da lama que se encontra. Resultado: corrupção. Devemos esperar até que os corruptos sumam da face da terra para evoluir? Nem uma coisa nem outra. A humanidade precisa avançar, e quem estiver na frente, quem tiver conhecimento para fazer alguma coisa por alguém deve fazer sem nenhum receio de estar fazendo algo para si mesmo e deixando alguém para trás. Ninguém deve fazer nada por ninguém ou levar algum preguiçoso nas costas. Quem pode, deve avançar, quem tem recursos para levar a humanidade para frente, deve fazê-lo.


A Virgin é a iniciativa privada em ação. Eles vão fazer o quê a NASA em 30 anos não conseguiu fazer em função de governos corruptos, burocráticos, regras ultrapassadas de gestão ou por funcionar como cabide de emprego político para partidos medíocres com causas medíocres. Vamos explorar o espaço sem mexer com os impostos dos contribuintes. Outra iniciativa fantástica que acaba de ser anunciada nos EUA é o projeto Lua 2.0, onde a Google e a Fundação XPrize lançaram um prêmio de 30 milhões de dólares - o maior prêmio da história da humanidade - para aquele que apresentar um projeto de exploração da Lua onde efetivamente colocamos um robozinho para explorar o bairro.


A última vez que o Ser Humano colocou algo na Lua foi em 1976, não voltamos porque a empreitada é muita cara ou complicada demais para os cabeçinhas das estatais. Através desse projeto, Google e XPrize, vão reduzir os custos de exploração da Lua em 90% ou mais. Impensável pelo jeitão estatal de pensar e trabalhar. O prêmio é aberto a todos os seres humanos pensantes do planeta. VOCÊ pode participar. VOCÊ pode ganhar. Organize uma equipe de crânios de boa vontade e apresente o seu projeto. VOCÊ pode ajudar a humanidade a explorar o espaço independente da faculdade que estudou, ou partido político que defende. XPrize é uma fundação privada revolucionária. Eles estão investindo milhões de dólares para criar concursos mundiais onde desafiam o ser humano comum a pensar diferente para resolver os problemas de transporte, saúde, educação e energia que enfrentamos nesse início de século. É bacana assistir as beldades mundiais desfilando pela passarela durante o Miss Universo, mas é igualmente fantástico assistir ao desfile mundial de projetos revolucionários focados em descobrir a cura de alguma doença que mata milhões, ou encontrar alguma nova fonte de energia.


Não seria legal se o Antônio Ermírio, Abilio Diniz, Família Roberto Marinho, Jorge Paulo Lehmann, Sucupira e outros zilionários criassem um concurso que entregasse 10 milhões de reais para aquele que apresentar uma maneira executável de acabar com as favelas no Brasil em 2 anos? Impossível? Não quando você lança a idéia para 200 milhões de pessoas. Viva o Indivíduo, a Iniciativa Privada, a Livre Iniciativa, a Colaboração entre Pessoas de todo o planeta pelo bem da humanidade independente das amarras ridículas criadas por governos patéticos. O Ser Humano explora novas terras desde o dia que o primeiro ser humano colocou os pés na Terra.


A nossa eterna vontade de "evangelizar" os outros, nos levou a sair da África, encontrar a Ásia, a Europa, as Américas, e agora, o universo. Eu adoro olhar o marzão azul, às vezes verde, de Maresias ou Paraty. Eu adoro beber uma boa água gelada, ou fazer uma trilha no meio do matão verde da Mata Atlântica; entretanto, se não tivéssemos que beber água todos os dias, talvez desenvolvessemos a capacidade de voar; se todas as florestas virassem desertos, talvez desenvolvessemos a capacidade de respirar embaixo d'agua.


Quem sabe qual é o potencial do ser humano ou o destino da vida? Ninguém sabe. Mas eu sei que o universo nasceu do caos e da escuridão, o quê me ensina que não devemos viver uma vida baseada em segurança, nem nos prender aos recursos que temos. Nesse momento, na escuridão do universo, milhares de cometas estão colidindo com brilhantes e lindas estrelas, buracos negros estão engolindo planetas e galáxias inteiras.


Há 65 milhões de anos um meteoro com a potência de 67 milhões de bombas de Hiroshima arrasou os dinossauros; há 50 mil anos um meteoro abriu uma cratera de 1,5 quilômetros de diâmetro; em 1908 um meteoro com 50 metros de diâmetro e poder de uma bomba de Hiroshima se incinerou nos céus da Sibéria espalhando restos por mais de mil quilômetros quadrados; em 1972, um meteoro de 3 metros de diâmetro errou a Terra por 80 quilômetros; em 1989, um meteoro de 300 metros de diâmetro e equivalente a 167 mil bombas de Hiroshima, errou a Terra por 600 mil quilômetros; em 2002 foi a vez de um meteoro de 70 metros de diâmetro errar por 120 mil quilômeros; em 2029 um meteoro de 250 metros de diâmetro equivalente a 57 mil bombas de Hiroshima deve errar a Terra por 30 mil quilômetros; e em 2880, um meteoro de 1 quilômetro de diâmetro e poder de 4 milhões de bombas de Hiroshima, tem uma em 300 chances de colidir com a Terra.


Qual é o sentido de tudo isso? Quem sabe.


Enquanto isso, vamos explorar. Eu não sei você, mas eu vou começar a fazer um pé de meia para comprar o meu ticket na Virgin Galactic quando o preço cair para 20 mil dólares daqui há 20 anos. Em 2027, eu terei 57 anos, malhadão, cabeça de 15 e corpo de 30. O preço do ticket vai cair porque algum ser humano terá descoberto alguma nova fonte de energia vindo exatamente do céu, as coisas estarão um pouco mais esclarecidas porque justamente conheceremos melhor o céu sobre as nossas cabeças, e a moeda brasileira estará pau-a-pau com o dólar depois de decisões ousadas de futuros líderes políticos brasileiros que ainda não existem.


O céu tem todas as respostas? Com certeza! Vamos explorar. Viva o progresso, a evolução das espécies, Darwin, o Big Bang, os cometas que destroem planetas inteiros, o Caos do universo, doe a quem doer.

sábado, 1 de setembro de 2007

A Vingança dos NERDS


O primeiro elevador surgiu em 1857. Quase um século depois, em 1950, o elevador foi automatizado. Em 1955, mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo tinham o emprego de acessorista de elevador. HOJE, essa profissão não existe mais! A Tecnologia, depois da vida, é o maior presente de Deus. É a mãe da civilização, das artes e das ciências. Abrace a tecnologia como você abraça a vida. A tecnologia não isola o ser humano dos problemas, mas o faz mergulhar mais profundamente na busca das soluções.


Querida(o) Amiga(o),


Era muito fácil reconhecer um nerd na escola. O nerd era aquele menino esquisito, fechado e tímido que nunca beijou uma garota ou nunca jogou uma bola. Em dias normais, ninguém queria saber dos nerds, e os nerds não queriam saber de ninguém. Somente em dias anormais, aqueles com provas difíceis (todas), é que todo mundo queria sentar perto de um nerd para copiar as respostas certas das provas de matemática ou história geral.


Os nerds, como o próprio nome diz, eram nerds. Eles falavam apenas sobre coisas nerdianas como o Tetris, o TK-80 e um tal de Apple 2. Eles achavam toda a graça do mundo em um tal de Nintendo, Atari e Basic, enquanto a turma mais popular da escola combinava quem ia ficar com quem na próxima festinha do pijama, embalada pela trilha sonora da novela das sete, gravada nas revolucionárias fitas cassete de sessenta minutos laranja e preta da Basf.


Os anos passaram, as meninas mais bonitas da escola ficaram gordas, os galãs ficaram carecas, os nerds ficaram ricos.


Os nerds que eu conheci na minha infância, já construiram pontes que unem cidades inteiras, desenharam softwares que seguram milhões de transações em bancos transnacionais, lançaram campanhas publicitárias que ganharam Cannes, venderam milhões de reais em mesas de operação de bancos, lançaram livros, tiveram filhos, se transformaram em verdadeiros galinhas atrás da mulherada.


Os nerds mudaram o mundo, porque o mundo mudou, e quem vai dirigir (e já está dirigindo) esse novo mundo são os NERDS!


O líder do futuro resolve os problemas de hoje com tecnologia.


Os humanistas vão dizer que eu tô viajando, mas, infelizmente, é a mais pura realidade: a Tecnologia vai destruir milhões de postos de trabalho humano nos próximos dez anos, e abrir, logicamente, milhões de novas oportunidades para quem abraçar as mudanças. Você e eu estamos assistindo a construção de uma nova realidade, goste ou não. Todo problema de negócio pode, deve e será eliminado com o uso da tecnologia.


Eu quero um líder NERD! Eu quero um líder que abraça tecnologia. Eu quero um líder que encontra endereços no Google Maps, lê e-mails no Blackberry, aprende a pronúncia de uma palavra no Dictionary.com, participa de web palestras, grava podcastings, mantêm um blog, participa de um site wiki, é produtivo com RSS, controla as vendas da sua empresa do seu notebook, e obviamente, LÊ e RESPONDE e-mails na velocidade da luz.


Qualquer empresa consegue sobreviver alguns anos sem um plano de negócios formal, mas nenhuma empresa consegue fazer alguma coisa se não tiver um Microsoft Office instalado nas máquinas dos seus funcionários.


Qualquer rede de lojas de varejo encontrará na sua filial de comércio eletrônico a sua melhor loja de varejo (vide Ponto Frio, Americanas e Livraria Cultura); qualquer call center de sucesso encontrará nos novíssimos sistemas de reconhecimento de voz o seu futuro reinventado; qualquer loja de revelação de filmes fotográficos encontrará no armazenamento de imagens e foto-livros virtuais a próxima grande novidade; qualquer gráfica off-set sabe que a impressão digital vai transformar o seu mundo de papel; o futuro é brilhante para os CEOs, Presidentes e Diretores de empresas que colocarem o universo da tecnologia no TOPO da lista das coisas que tem para fazer HOJE.


Eu quero líderes que enfrentam os problemas de negócios de frente, e perguntam: "Qual é a tecnologia que resolve esse problema? Quanto custa? O quê é preciso fazer para implementá-la? Quando a teremos rodando com carga máxima? Qual é o plano para que isso aconteça?". Se as vendas da sua empresa estão baixas, é porque demos pouca bola para as tecnologias de automação de vendas que estão disponíveis há tempos, às vezes, até compramos, instalamos, mas não a levamos a sério o suficiente, pagamos caro para implementar e tiramos pouco proveito; se o marketing não consegue medir o retorno sobre os investimentos feitos nas suas atividades, é porque o líder deu as costas para o projeto de implementação de CRM na empresa; se os funcionários estão desmotivados, é porque o líder fez pouco caso sobre essa história de automação da avaliação de desempenho, universidade corporativa com e-learning, portabilidade de máquinas, mobilidade de pessoas e redes wireless; se não sabemos o quanto perdemos de dinheiro com o estoque de produtos que temos, é porque achamos "caro demais" essa história de business intelligence; se batemos cabeça, é porque esse tal de ERP não é prioridade.


Beleza, quebra! Toda empresa que despreza tecnologia merece quebrar. Todo líder que vira as costas para as novas tecnologias merece ser despedido.


Dias atrás, a CDW e a O'Keeffe & Company dos EUA, apresentaram os resultados de um estudo recente que fizeram sobre 152 empresas que cresceram dois dígitos nos últimos dez anos. O resultado é NERDIANO! 61% dos líderes dessas empresas responderam que a razão do seu crescimento está ligado ao fato de estarem profundamente envolvidos em todas as decisões sobre tecnologia, 59% desses líderes se consideram power users de tecnologia, 73% desses líderes se consideraram verdadeiros NERDs! 44% considera tecnologia como um investimento estratégico capaz de diferenciá-los no mercado, 35% vê tecnologia como uma maneira de vencer os maiores competidores e reter os melhores funcionários, daí a importância de estarem sempre escolhendo as melhores tecnologias disponíveis para assegurar que os funcionários possam realizar o trabalho que tem que ser feito da melhor maneira possível.


A guerra dos negócios hoje em dia não é entre os mais famosos e os menos famosos. As pessoas não compram os produtos mais famosos e as empresas não fazem negócios com as empresas mais famosas, as pessoas e as empresas fazem negócios com os melhores do mundo. No fim do dia, nós compramos os melhores, não os mais famosos.


Enquanto a turma simpática, ligada no populacho e cheia de empatia, fica famosa e não passa da média, seja um menino esquisito, fechado e tímido, mergulhe nas soluções dos problemas mais difíceis do mundo, nem que isso te custe alguns anos da sua juventude.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Com fazer o Líder Liderar?



Empreendedorismo é viver alguns anos da sua vida como a grande maioria das pessoas não viveria, para que você possa viver o resto da sua vida como a grande maioria das pessoas não poderá.





Querida(o) Amiga(o),


Nós vivemos em uma era onde os soldados são despedidos por perder um rifle, mas o general não é mandado embora porque perdeu uma guerra. A dramática falta de pessoas com disposição para liderar outras pessoas é um dos maiores problemas do mundo. Tão grave quanto a fome, a corrupção, os conflitos armados, as doenças, as drogas, a educação inadequada e o crescimento da população. O governo, as empresas, o condomínio onde você mora, as ONGs, as famílias, até Deus está procurando por líderes para usar. Você está disponível? Uma das perguntas que eu mais recebo é: "? Como fazer o meu líder liderar? Ele parece no mundo da lua, avesso ao que acontece na empresa, sem energia para corrigir o trabalho medíocre dos meus colegas. Ele não assume responsabilidades, alguns funcionários são complacentes mas ele não toma nenhuma decisão a respeito. Além disso, ele não demonstra nenhuma vontade em querer mudar muita coisa ou mesmo ganhar mais dinheiro e expandir a empresa. Às vezes eu não o culpo. Se eu tivesse o carro que ele tem, morasse na casa que ele mora, e tivesse o dinheiro que ele tem para viajar para fora do Brasil todos os anos, eu também não investiria o meu tempo como babá de gente grande. Infelizmente, tem pessoas aqui na empresa que precisam de babá para trabalhar. É uma praga. O cara só faz o que tem que ser feito se alguém estiver vigiando. É depressivo."


A habilidade mais importante que um líder tem que ter - segundo o RH, não eu - é a tal da inteligência emocional. "Nenhum líder será bem sucedido se não estiver em dia com a sua habilidade de se relacionar com outras pessoas. O líder tem que saber escutar, compreender, servir" Blá blá blá. Eu penso que não. Pessoas ambiciosas e talentosas não querem um monge como executivo, mas um líder visionário rebelde e arrojado. Eu não quero um paizão como chefe, ou um tiozinho para quem eu possa abrir o meu coração, eu quero um empresário que aponta caminhos, cobra resultados e seja implacável com a moleza. Mesmo porque, é mais fácil inventar a bomba atômica do que ser especialista em entender o que passa pela cabeça das pessoas. Deixe as pessoas um pouco de lado, foco no negócio! Crie um calendário de projetos que o funcionário terá orgulho em trabalhar. A vida bate-estaca não estimula ninguém.


A empresa deve praticar um calendário de eventos fora-da-caixa para estimular a energia das pessoas. Exemplo: Janeiro, integração da equipe; Fevereiro, evento para cliente; Março, lançamento de um novo serviço, Abril, redesenho do escritório (mude o layout do escritório a cada dois anos), Maio, treinamento dos funcionários, Junho, atualização das máquinas, notebook para todos, rede wireless, blackberry; Julho, apresentações de resultados de todos; Agosto, nova versão do web site no ar; Setembro, lançamento de novo produto; Outubro, contratação de novos funcionários e troca de cadeiras; Novembro, novos clientes; Dezembro, novas tecnologias, formulação do plano de negócios, celebração, distribuição de lucros. Fora com metas sonhadoras, baixe a bola, meça sua performance, tenha objetivos atingíveis.



Ninguém conhece o potencial que tem. Quando você determina para si a meta de escrever um livro na vida, você está limitando o seu potencial, além de talvez nunca conseguir fazê-lo. Tenha o objetivo de escrever um parágrafo por dia. No final de cinco anos, você terá cinco livros, no final da vida, você terá escrito muito mais do que imagina. Quebre a meta do mês - aparentemente inatingível - em pequenos objetivos que podem ser alçancados por cada funcionário. Nunca cobre alguém por algo que está fora do seu alcance. Ao invés de falar sobre a meta de vendas do mês, meça o aumento de receita e lucratividade no cliente X, Y e Z por vendedor; ao invés de falar sobre a meta de vendas de produtos, meça o mix de produtos por canal A, B e C. Meça tudo, número de visitas a clientes, número de devoluções de produto, utilização de serviços de crédito, tempo de entrega de pedidos, número de inovações de tecnologia, número de clientes estratégicos, participação dos novos produtos nas vendas totais, número de casos de sucesso com clientes etc etc etc.



Muitos meses atrás, os caras da Microsoft Brasil foram surpreendidos com a política do apagão das sete. Para estimular os seus funcionários a fazer algo além do trabalho, a empresa resolveu apagar as luzes do escritório as sete da noite. Na Microsoft, todos gostam de trabalhar além dos limites aceitáveis por outras pessoas. Se a liderança deixar, os caras são capazes de trabalhar até as sete da manhã! Por que isso acontece? Será que é porque os funcionários da Microsoft são submetidos a palestras mensais à lá Roberto (ARGH!!) Shinyashiki ou sessões semanais sobre (ARGH!!!) O Segredo? NÃO!!! Se depender dos funcionários da Microsoft, o tal do segredo vai continuar no segredo. O funcionário simplesmente não tem tempo para se desmotivar, pensar em besteira ou ficar com a mente vazia; existem projetos arrojados a serem implementados e índices de performance a serem atingidos. Corta essa de tentar criar um clima "legal" para trabalhar.


Felizes são aqueles que tem orgulho do que fazem, são submetidos a projetos relevantes, e são comandados por pessoas de fibra e moral elevada. O resto chama-se mediocridade. Revele os segredos. Onde queremos chegar esse mês? O que está pegando? O que deve pegar? O que cada um dos funcionários tem que fazer para atingir os resultados? Quais são os projetos? Qual é a minha parte?


Pare de viver na sociedade do medo. Os números devem ser revelados e compartilhados com TODOS os funcionários via e-mails, quadros na parede, blogs, treinamentos, intranets, reuniões, feedbacks 1-a-1. Comunicação é tudo. Pessoas precisam de feedback para renovar suas energias. Onde estamos com relação ao plano inicial. 50% dos negócios não são fechados porque o vendedor não dá continuidade ao negócio. Ele faz uma visita mas não faz duas, ele faz duas, mas não faz a terceira que é necessária. As nossas empresas têm projetos parados por que não existe acompanhamento semanal ou diário sobre eles.


Escolha uma ferramenta para não te deixar perder as coisas pelo caminho, e vá para cima. Use uma simples planilha com datas, nomes, recursos e verbas, o Project ou Outlook da Microsoft, o MindJet da MindManager, ou mesmo o caderno da tilibra que tem o super-homem na capa. Qual é a minha responsabilidade, qual é a sua. Eu sei que você é gerente de marketing, mas quem é responsável pela captação de novos clientes? TODOS não é resposta, não dá para cobrar TODOS, eu quero saber QUEM. Eu sei que você é gerente de negócios, mas quem é responsável pelos novos negócios em velhos clientes ou velhos negócios em novos clientes? TODOS não é resposta, não funciona, não rola, QUEM é o responsável? Eu sei que você é gerente de vendas, mas quem é responsável pelo aumento do ticket médio dos pedidos? TODOS não é resposta, a coisa não anda, não flui, você já viu que não funciona, QUEM é o responsável por essa atividade?


Em uma empresa formada por líderes, liderada por visionários rebeldes e arrojados, as prioridades são:


1o - A Missão


2o - A Empresa


3o - A Equipe


4o - Você


5o - Os Clientes


Você quer mudar o comportamento do seu chefe? Mude o seu. Seja você o líder que deseja que ele seja. Tenha um calendário de projetos, meça a sua performance, revele os seus segredos, me diga onde você está com relação ao seu plano inicial e qual é a sua responsabilidade na missão.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Medalha de Prata

Nem todo mundo quer mudar o mundo, muito menos mudar o seu jeito de ser. Nem todo mundo quer ganhar 1 milhão de reais por ano, muito menos deixar de comprar o que não precisa. Nem todo mundo quer competir pela medalha de ouro, muito menos treinar além dos outros. Nem todo mundo gosta de política, muito menos falar em público. Nem todo mundo quer chegar a lugar algum, muito menos viver 100 anos.




Querida(o) Amiga(o),

A empresa tem 20 anos de história. 200 funcionários. Familiar. Os diretores: pai e filhos, irmãos e irmãs. Um deles é técnico, esforçado, trabalha aos domingos se preciso for, não terminou a faculdade, não gosta de cursos e não lê sobre negócios, não promove a criatividade entre os seus funcionários e muito menos exige garra da sua turma, delegar tarefas não é sua praia. O outro é super disciplinado e exigente, sistemático ao extremo cria panacéias e sistemas complexos que demandam investimentos desnecessários e não levam ninguém a lugar algum. A diretora é prática e rápida, mas falta serenidade e paciência para liderar pessoas, disciplina e experiência para lidar com todas as coisas que tem que ser feitas. A outra é generosa, mãezona, tem experiência internacional, mas não cobra resultados, não enfrenta a realidade, vive em um mundo de fantasias.
Antes que você se assuste, eu não estou falando sobre a sua empresa.
Qualquer semelhança é mera coincidência... Como nós resolvemos esse problema?
O quê fazer quando "adultos", ou melhor, crianças-grandes com diferentes personalidades se enfrentam na defesa dos seus "brinquedinhos" territoriais?
Bem, você poderia pensar que esse tipo de comportamento e atitude existe apenas em empresas familiares brasileiras e não dentro dos escritórios das multinacionais como HP, Petrobras, General Motors ou Nestlé. Engano seu. Seres Humanos são Seres Humanos em todos os lugares, o pacote vem completo seja na Vila Nova Conceição ou no Jardim Peri Peri.
Por que então algumas empresas são mais bem-sucedidas do que outras? Por que o capitalismo, o empreendedorismo e a inovação florescem em algumas empresas enquanto em outras mal consegue se sustentar? A diferença está na busca da eterna instabilidade. A inovação floresce onde existe um Objetivo. E quando atingido esse Objetivo, nós perseguimos outro Objetivo independente das vontades mesquinhas ou pessoais de cada um. O Caos é o nosso único universo, a nossa única música e fonte de inspiração! Onde o empreendedorismo floresce existe um Objetivo maior do que as pessoas, onde a mediocridade prevalece existe "gente ocupada" e preocupada com a saúde do próprio umbigo; pessoas que passam o dia inteiro olhando para o monitor de um computador sem necessariamente atingir um objetivo profissional concreto. Onde o empreendedorismo floresce existe um Herói, um Ser Humano de verdade, um Cidadão do bem e de bem que em um determinado momento resolve tomar a iniciativa de juntar os seus pares em uma sala de reunião para estressar o que for necessário estressar para falar sobre "Onde nós queremos chegar?" e não sobre "Como nós devemos fazer as coisas".
Ao invés de discutir o quanto temos que treinar, onde temos que treinar, quantas horas temos que treinar, que capacitação temos que ter para competir, ou mesmo se gabar sobre o quanto o nosso tempo está bom durante os treinos, o Herói pergunta "Por que estamos treinando tanto? Que competição queremos vencer? Qual medalha de ouro queremos conquistar?". Ao invés de defender o uso do avião, carro ou transporte marítimo, o Empreendedor pergunta "Por que estamos discutindo o meio de transporte? Qual é o país que queremos conquistar?". O Herói combate a complacência! Qualquer conversa fiada sobre diferenças nas relações interpessoais e falta de motivação termina quando nos perguntamos qual é o Objetivo que queremos alcançar. O melhor do Ser Humano aparece quando o Melhor Objetivo é definido, o pior quando não sabemos onde queremos chegar. Se você vive perto de alguém que se contenta com a medalha de prata ou está feliz com os objetivos que atingiu, o seu trabalho é definir um novo objetivo que envolva a participação do cidadão mesmo que ele não queira. Alguém tem que puxar a carroça! Nem todo mundo quer ganhar a medalha de ouro, falar em público ou viver 100 anos; levar uma vida tranquila e discreta é o objetivo de vida da grande maioria das pessoas, mas não é o meu, espero que não seja o seu. Não tem nada de divertido em trabalhar em um lugar dirigido por alguém que tem pouca ambição. Esse tipo de mentalidade influencia a maneira que o cidadão contrata pessoas, gerencia pessoas, promove a empresa, lidera os processos. Os ativistas dos direitos humanos dos pequenos empresários fazem tudo que podem para evitar a expansão da Wal-Mart. Segundo eles, onde a gigante se instala, os pequenos empresários quebram. Mas a grande verdade é: os pequenos quebram porque eles fazem a mesma coisa há décadas se recusando a mudar e oferecer algo diferente para os seus Clientes. Eles não tem ambição o suficiente para oferecer serviços dignos de medalhistas de ouro e muito menos humildade para encontrar um nicho de mercado onde possam ser diferentes da gigante.
Eu espero que o mundo do Trabalho seja cada vez mais competitivo. Eu espero que a Wal-Mart dobre de tamanho nos próximos 10 anos e destrua os preguiçosos. Eu espero que os R$ 100 milhões de reais que o Submarino fatura POR MÊS hoje se transforme no faturamento por dia em 5 anos. Eu espero que a Lei da Cidade Limpa que a prefeitura implementou em São Paulo seja levada para todo o Brasil e varra de uma vez por todas a propaganda de massa das nossas Vidas.
Quem vai trazer a Tivo para o Brasil???!!!
Eu espero que tudo isso aconteça para que você possa ser mais Generoso com aqueles que te cercam. Quando a competição estressar, quando for extremamente difícil se diferenciar dos milhares de profissionais parecidos com você, o punhado de Clientes, funcionários e fornecedores passarão a valer muito mais do que você imagina. Eu espero que tudo isso aconteça o mais rápido possível para que o Ser Humano se torne o verdadeiro diferencial do mundo dos negócios.
O mundo dos negócios é um jogo.
Você tem que vencer todos os dias.
Você precisa Pensar (300!) e não apenas acreditar (The Secret), ler dados e fatos (Tecnologia) e não feelings e sensações (Misticismo), você precisa desafiar os paradigmas, quebrar as teorias e se tornar adulto.

terça-feira, 17 de julho de 2007

A Igreja de Jesus

A polêmica que se cria sobre todos os enunciados do Vaticano ganhou mais munição semana passada. A falta de vontade de conhecer a verdadeira informação, aliada a vontade em criticar a Igreja Católica persiste. E os cristãos católicos que se preparem para os comentários desinformados que já se apresentam. Jesus não disse que seria fácil, ao contrário, Ele deixou bem claro que a luta do Cristão pela pregação da Sua Palavra será sempre um trabalho árduo, longo e conflituoso. Não podemos desistir: "A messe é grande, mas os operários são poucos" (Mateus 9,37).
O conflito, desta vez, recai sobre o documento que o Vaticano publicou, repetindo aquilo que sempre se soube: a Igreja de Jesus subsiste na Igreja Católica. Cristo constituiu sobre a terra uma única Igreja que existirá eternamente, permanecendo com todos os elementos por Ele instituídos. Esta Igreja subsiste na Igreja Católica, já que esta é a única que permanece ao longo da história fiel aos ensinamentos e aos Sacramentos instituídos por Ele. Embora a Igreja Católica permaneça fiel a Jesus através da sucessão apostólica iniciada com São Pedro, o Vaticano insiste que todos os cristãos podem e devem procurar uma unidade verdadeira em Seus ensinamentos. Ele mostra ainda que essa união é necessária e possível, já que, nas igrejas e comunidades eclesiais cristãs surgidas por cismas ou pós-reforma (mas que ainda mantém alguns sacramentos verdadeiramente cristãos), a Igreja de Cristo é presente através da Verdade e dos Elementos de Santificação que existem nelas. Essas comunidades, apesar de não estarem em comunhão com a Igreja Católica, são passíveis de qualidades salvíficas, ou seja, não são vazias de peso e de significado, no sentido que o Espírito de Cristo não se recusa a servir-se delas como instrumentos de salvação.
A afirmação “subsiste” é real, pois a doutrina que se transmite ao longo da história não se modifica minimamente. Essa expressão mostra a plena identidade da Igreja de Cristo com a Igreja Católica.
O Concílio Vaticano II insiste em afirmar também que existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da Igreja Católica, ou seja, nas Comunidades Eclesiais. Jesus deixou na Igreja Católica, através de seu Espírito Santo, os meios de salvação, mas as divisões entre os cristãos impedem que ela atue de forma plena sobre todos Seus filhos. Este documento promulgado pela Congregação para a Doutrina da Fé constitui uma clara chamada de atenção para a doutrina católica sobre a Igreja. E mostra o caminho certo para o diálogo ecumênico, dando-lhe prioridade Para saber mais, acesse http://www.vatican.va/ ou consulte: - Igreja Católica, fundada por Jesus: Mt 18,17; 28,19s; Jo 17,4. – una no governo e na doutrina: Jo 10,16; 17,20-23; At 4,32; I Cor 12,12s; 14,33; Ef 4,3-6; Col 1,18; 3,15. – católica (universal): Mt 24,14; 28,19; At 2,5-11; 10, 28-34s; I Tim 2,4. – apostólica: Mt 16,18s; 18,18; At 1,12-26; Ef 2,20ss; I Tim 4,14; Apoc 21,14. – São Pedro e seus sucessores (papas): Mt 16,16-19; Lc 22,31s; Jo 1,41s; 21,15ss.

Artigo publicado (com cortes) na Folha de Londrina - edição de 23/07/2007 - página 02

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Somos todos Evangelistas



Se todos os meus amigos decidissem pular da ponte, eu não os seguiria. Eu me posicionaria ao pé da ponte, para segurá-los quando caíssem.




Querida(o) Amiga(o),





Como estão as vendas? Como anda o mercado? O que você pensa sobre a complacência do governo? O que você vai fazer para recuperar a sua auto-estima? Como tem sido a reação dos clientes as mudanças efetuadas? O que eu preciso fazer para ajudá-lo a crescer? Quais são os velhos problemas? Quais são os planos para vencer as tradicionais dificuldades? Quais são os seus objetivos? Qual é a sua estratégia? Quais são as novidades? Quais são as boas novas?!


Todos os dias milhares de profissionais de negócios ligam para os seus clientes a procura das respostas para essas perguntas. Nós fazemos muitas perguntas ao invés de levar respostas. Nós procuramos as boas novas ao invés de levar as boas novas. Nós ouvimos muito e agimos pouco. Nós procuramos por pedaços de conhecimento quando é nossa total responsabilidade compartilhá-los. Nós procuramos por uma informação que já temos. Nós queremos progredir ao invés de revolucionar. Nós esperamos que as pessoas nos digam quais são os seus problemas e necessidades (como se não soubessemos o quê um ser humano precisa).


Não é muita arrogância da nossa parte?


Acreditar que apenas eu ou você tenhamos alguma necessidade ou sonho que outras pessoas não tenham? Eu acredito que todo mundo procura a mesma felicidade que eu procuro.


Eu acredito que todo mundo procura evitar os mesmos problemas que eu procuro evitar.


Eu acredito que todo mundo deseja aprender a mesma coisa sobre a vida que eu quero aprender.


Eu acredito que todo mundo já passou pela mesma solidão, dor, desespero e tristeza que eu já passei. Luxo (interior) para todos! Custe o que custar.


Eu quero uma lancha, um jatinho privado, uma ilha só minha.


Eu quero o mesmo para todos. Se preciso for, colonizar toda a galáxia, para ter uma vida digna para todos, que seja, vamos trabalhar, levar as boas novas.


Não tem porque esperar alguma coisa para levar as boas novas para as pessoas. Somos todos evangelistas, todos os dias em todos os contatos com todas as pessoas em todos os lugares. Nós somos responsáveis pela felicidade de todos que nos cercam. Nós somos responsáveis pelo nível de compaixão que as pessoas terão com outras pessoas. Compaixão de verdade! Não tapinha nas costas ou ombro amigo. Compaixão é muito mais do que isso. Compaixão significa ficar acima da dor dos outros. Permanecer positivo, construtivo e entusiasmado frente os terríveis problemas que o dia-a-dia apresenta para os nossos amigos. Quando o cliente se preparar para se atirar da ponte, você, sereno, deve estar de braços abertos, pronto para segurá-lo, pronto para apontar as boas novas. Nenhuma situação é terrível o bastante para impedir que o bem prevaleça. Você pode acrescentar alguma boa nova em qualquer situação de desespero.


Ninguém tem autorização para falar com alguém se não tiver uma boa nova para levar! Tariq, filho de Azim Khamisaf, tinha 20 anos de idade quando foi assassinado sem nenhum motivo por um garoto de 14 anos. Uma tragédia que poderia ter levado Azim a se entregar a lei do olho por olho dente por dente. Ao invés disso, Azim Khamisa criou uma fundação e convidou a família do assassino a se juntar a ele, "Eles são vítimas como eu". A partir da sua dor, ele criou uma fundação para educar as crianças sobre a não-violência. Azin e Felix - avô do jovem que cumpre pena de 25 anos de prisão pela morte de Tariq - trabalham juntos na administração da fundação e são grandes amigos. O programa vai até as escolas onde levanta fundos para investir em educação. Azim afirma que "Tragédias fazem parte das nossas vidas. Elas não vão desaparecer, não vão acabar.


Como você responde as tragédias é que importa.


" Emilia é fundadora e diretora da "Presentes da Vovó", uma fundação que já distribuiu mais de R$ 300 mil reais para crianças carentes. Emilia dedica todos os dias da sua vida na distribuição de comida, roupas, livros, brinquedos e experiências educacionais para crianças que moram em locais onde a pobreza prevalece. Fundada em 1992, "Presentes da Vovó" já colocou mais de 60 mil livros nas mãos de crianças. Emilia é uma jovem mulher de 24 anos. Quando fundou a organização, ela tinha apenas 10 anos.


Amber Coffman começou a ajudar os sem-teto com a sua mãe quando tinha oito anos de idade. Em 1993, aos onze anos, fundou "Felicidade para quem não tem nada" para distribuir comida e sorriso para aqueles que vivem nas ruas. Eles começaram fazendo 50 lanches, hoje são 1.200 por dia e já ajudaram mais de 45 mil pessoas. Hoje, aos 25, Amber resolveu dedicar a sua vida a levar as boas novas para aqueles que vivem nas ruas.


Jason, hoje com 20 anos, fundou The Cello Cries On quando tinha 11. A missão da organização é unir a juventude de todas as partes do planeta independente de diferenças raciais, étnicas, religiosas, sociais e culturais para trabalhar pelos direitos humanos, sociais, paz e harmonia cultural. Ele começou o projeto aos 9 anos de idade quando publicou uma newsletter para os jovens do seu bairro. Hoje, o jornal é distribuido em 39 estados americanos e 19 países onde inspira e motiva os jovens a incluir o "servir a humanidade" como parte integrante de suas vidas.


Chega! Basta de viver em um mundo cheio de "seguidores" e poucos "líderes", cheio de egoístas apressados em atingir suas próprias metas.


Você pode contribuir MAIS, fazer MAIS, criar MAIS, de diferentes maneiras, sem a necessidade de seguir qualquer tipo de padrão social ou de comportamento para realizar.


Somos todos evangelistas! Coloque em prática o quê está na sua mente, por mais Raul Seixas que pareça, salve uma vida que seja, mas salve, salve o seu cliente, os seus colegas de trabalho, a sua cidade, o seu bairro, a sua família. Ensine aos jovens, ensine aos seus filhos, aos seus sobrinhos, aos filhos dos seus amigos, ensine aos seus funcionários, e mesmo ao seu chefe, a mais nobre das virtudes humanas: o Altruísmo, a habilidade de interromper a nossa caminhada por alguns instantes para ajudar os outros. Segundo os psicólogos, altruísmo não se aprende em escola ou faculdade, altruísmo se forma dentro de casa, na convivência de famílias amorosas e unidas.


Pessoas que crescem em grandes dificuldades ou em ambientes pouco amorosos, perdem a habilidade natural do ser humano em sair da sua própria rota para ajudar outras pessoas, e acaba espancando mulheres inocentes em pontos de ônibus. Entretanto, segundo os revolucionários, somos todos evangelistas. Nós temos o poder de curar - através dos nossos atos - aqueles que não sabem o que é altruísmo. Não é tarde, não é cedo, todo contato que você fizer com alguém, leve as boas novas. Compartilhe com os outros o quê você quer para você.


Não tem como errar.

domingo, 8 de julho de 2007

A impaciente atitude de ser curioso.
Todos os dias alguém me diz que eu estou pregando no deserto. É verdade, eu sou um idiota sonhador que prega para os ventos. Eu sei que ninguém muda a estrutura de nada, ninguém muda o "status quo" das coisas, ninguém transforma o legado do mundo; as mudanças acontecem porque a pregação é tamanha que come o legado; avança sobre o "status quo" e engole a estrutura. Ninguém dá poder para ninguém, você simplesmente conquista! É exatamente isso que eu faço.


Querida(o) Amiga(o),


"E aí, quais são as novas?", "Nenhuma! As novas são as velhas. Inclusive, eu sugiro a você parar de falar sobre as novidades e começar a falar sobre as velharias. Quanto mais novidades você conhece, mais travado você fica. Você perde o seu tempo querendo estar a frente de tudo, mas no final do dia você está atrasado nas poucas coisas que você tem para fazer. O velho ainda é novo para você. Agenda, Processo, Sistema, Tecnologia, Chefe, Livros, Produtos, Dinheiro, por que usar um software de Customer Relationship Management se nem a agenda de papel você domina?


SENSO DE URGÊNCIA é sobre a impaciente atitude de ser curioso. "Eu não acredito que nós já chegamos no X da questão quando o assunto é Fanta", afirmou com convicção Mary Minnick atual Presidenta (Você pensa que não existe essa palavra? Existe! Elas merecem) Mundial de Marketing da Coca-Cola para os top marketeiros da empresa na última conferência em Istambul, "Eu acredito que nós ainda nem arranhamos a superfície do que possa ser o perfil do nosso Cliente. Nós precisamos redefinir a visão que temos para os produtos Fanta, deve haver algo além de "Fanta é Divertida". De volta ao trabalho!" Fanta é Divertida!!!??? É brincadeira? O cara ganha milhares de dólares, torra outros milhões, tem MBA e Experiência nas costas, e a profundidade máxima onde o cara consegue chegar é "Fanta é Divertida"??? QUE LIXO!!!! QUE LIXO!!! QUE LIXO!!! Que gente preguiçosa!!!


Não existe nada mais velho do que investigar a Vida e nada mais novo do que curtir a superficialidade dos fatos. Mas será que tamanha franqueza é demais para você? É muita grosseria da minha parte chamar o trabalho de alguém de "lixo"? Existe sempre alguma coisa boa em tudo? Existe sempre alguma coisa a aprender em qualquer palestra em qualquer livro em qualquer lugar? Existe sempre o Yin Yan em todas as coisas, inclusive na cocaína, no estupro, e no assassinato? Será que o melhor que eu tenho a fazer nesse caso é tirar do bolso alguma técnica de relacionamento interpessoal que possa me ajudar a me relacionar melhor com o cidadão ao invés de expressar a Verdade que eu conheço? Deveria eu analisar aqui o "balanço e a economia de carícias que o cidadão teve na adolescência" ao invés de falar sobre responsabilidade? Deveria eu analisar os "estados do Eu" inclusive os meus ao invés de exigir criatividade? Deveria eu analisar a "estruturação da personalidade do indivíduo" ao invés de confrontar as mais inconfortáveis questões? Deveria eu aprender sobre o "enquadramento do conjunto das teorias psicológicas que levam o cara a se auto-conhecer" ao invés de dizer que o dinheiro acabou? Não, eu não faço parte dessa escolinha que dita a lição nos 45 minutos iniciais e toma a tabuada nos 5 minutos finais.
Na minha escola a lição começa com as perguntas e termina com o confronto. "Como fazer Planejamento Estratégico em 7 lições" vira "Onde você quer levar a sua empresa no futuro próximo?"; "Como evitar que uma pessoa faça algo errado em 5 passos" vira "O que levou você a tomar uma decisão como essa?"; "Como conquistar novos mercados em 10 etapas" vira "Você tem algum plano para invadir o mercado XYZ que está pegando fogo nesse momento?"; "Os 7 hábitos eficazes do profissional inovador" vira "Qual foi a sua maior decepção profissional?"; "25 Mandamentos sobre como olhar o peixe e fritar o gato sem decepcionar a nenhum dos dois" vira "Qual é o mercado que temos que passar longe?" Qual é a habilidade, ferramenta, capacidade, competência, atitude, conhecimento, experiência, tecnologia (chame como quiser) que todo Profissional+Ser Humano que quer mudar o mundo através do seu Trabalho precisa dominar?


A impaciente atitude de ser curioso para NUNCA SE AFASTAR DE UM CONFLITO. Confrontar a autoridade de qualquer um, ser inconformado com qualquer situação, investigar todas as questões que chegam a você, fazer follow-up em feedback, encontrar tempo para conversar com aqueles que querem enfrentá-lo sobre algo controverso, essa é a agenda de quem tem Senso de Urgência. Soa grosso, soa rude, soa bravo, eu não me importo. Você precisa ouvir. Entre você e o colega ao seu lado existem dezenas de coisas para serem feitas que ninguém está fazendo. O plano estratégico da empresa está desatualizado. O plano de carreira minguou. O desenvolvimento de competências está incompetente. Ninguém imagina de verdade o quanto grande poderia ser o departamento de vendas onde você trabalha; somente você. Seja impacientemente curioso, pare de questionar os outros, questione os seus próprios paradigmas! Você precisa de apenas 45 minutos para colocar no papel a Descrição do seu Cargo. Você precisa de apenas 30 minutos para discutir com o seu chefe ou funcionário os dois tópicos mais importantes da agenda para os próximos três dias. Você precisa de apenas 10 minutos para virar o web site do seu Cliente pelo avesso e descobrir o próximo argumento de vendas relevante. Você precisa de apenas 15 minutos para se preparar para confrontar uma situação emocional adversa.


Duvida? Como você poderia saber se não tiver a impaciente atitude de ser curioso, certo?

sexta-feira, 22 de junho de 2007

A Evolução da Evolução



E Charles Darwin criou o homem. Ou, pelo menos, inventou o que hoje nós conhecemos como homem. Antes dele, éramos o centro do Universo, a obra sublime da criação. Agora somos apenas mais uma entre milhões e milhões de espécies, um bicho de origem nada especial.
Nada mesmo: a Teoria da Evolução deixou claro que todas as formas de vida que já pisaram na Terra são filhas da mesma tataravó - a história de como essa senhora, uma simples molécula, virou tudo o que existe hoje.
Assim, mostrando como a vida evolui, Darwin dispensou Deus do cargo de criador. E agora seus seguidores do século 21 querem fazer algo ainda mais chocante: mostrar que não passamos de escravos a serviço dos verdadeiros donos deste planeta.

Ah, tem mais: a teoria de Darwin pode ter desvendado o segredo dos buracos negros. E mostrado não só que deve haver vida fora da Terra mas em universos paralelos também. Quer saber como? Então vamos embarcar no velho Beagle. Primeira escala: o inferno.

O inferno de Darwin
O solo repleto de lava negra estava coberto de lagartos e tartarugas monstruosas. Caranguejos escarlates corriam por todos os lados. O calor era tão forte que atravessava as botas e queimava os pés. Cercado por uma vegetação composta de cactos de 3 metros de altura, girassóis do tamanho de árvores e arbustos desfolhados, Darwin escrevia em seu diário: "A superfície seca e crestada, aquecida pelo sol do meio-dia, deixava o ar abafado, quente como em um forno. Tínhamos a impressão de que até os arbustos cheiravam mal".
"Esse lugar é o inferno!", dizia Robert FitzRoy, capitão do navio de pesquisas Beagle, que levara o jovem Charles Darwin às Galápagos, um arquipélago no oceano Pacífico. FitzRoy queria um cavalheiro a bordo para lhe fazer companhia. E o abonado Darwin, de 22 anos, acabou escolhido, principalmente porque estava estudando para virar padre - mas também porque FitzRoy gostou do formato do nariz dele, que "sinalizava profundidade de caráter".
O capitão tinha dois objetivos para a viagem. Um a serviço do Império Britânico: mapear a costa da Patagônia. Outro, pessoal: encontrar provas científicas de que o mundo tinha sido criado de acordo com o que está na Bíblia. Mal sabia ele que o assassino de Deus estava a bordo.

A paisagem infernal das Galápagos, onde aportaram em 15 de setembro de 1835, após quase 4 anos de expedição, era um paraíso para Darwin. Ele pintou e bordou com tudo o que pôde naquele lugar perdido no tempo. Pegou carona nas tartarugas ("Era difícil manter o equilíbrio."), tirou onda com as iguanas ("Ela ficou olhando para mim como se quisesse dizer: Por que você puxou a minha cauda?") e encheu o bucho de iguarias exóticas ("Tatu é um prato excelente quando assado em sua carapaça."). De quebra tirou de lá a inspiração para a idéia mais importante e assustadora da história da ciência.

O gatilho para esse pensamento veio quando ele percebeu diferenças instigantes entre os bicos de uma espécie de passarinho das Galápagos, os tentilhões. Em uma ilha eles tinham bicos grossos, bons para quebrar nozes. Em outra, longos e finos, ideais para arranjar comida em frestas. Darwin imaginou que aquelas aves deviam ter se adaptado de algum jeito. Por mágica? Não: por um processo de seleção que levou gerações. Em ambas as ilhas teriam nascido pássaros de bico fino e de bico grosso. Naquela onde havia nozes para comer, só estes últimos teriam sobrevivido. A partir desse raciocínio simples, nascia um monstro.
De volta à Inglaterra, aos 27 anos, Darwin estudou a fundo as 5 436 carcaças, peles e ossos que colecionara na viagem do Beagle e concluiu que TODAS as espécies do mundo tinham passado por processos de adaptação equivalentes ao dos tentilhões. Bem devagarzinho.

Imagine as asas dos pássaros, por exemplo. Pela lógica de Darwin, elas não nasceram prontas. Em algum ninho dos ancestrais dos pássaros, que não voavam, surgiu um mutante, um "patinho feio", com uma pequena membrana que lhe permitia planar de vez em quando. Essa característica deu-lhe alguma vantagem na luta pela sobrevivência. E o bicho deixou mais descendentes que seus irmãos. A prole dele, que carregava a mesma mutação, também fez mais filhos, e por aí foi. Com o tempo, novos mutantes, novos patinhos feios, foram nascendo com asas cada vez melhores. E no fim das contas um novo tipo de animal se consolidava no planeta: os pássaros. Tudo às custas da extinção de outros bichos parecidos, só que menos adaptados à dureza da vida.

"A produção de animais superiores é conseqüência da natureza, da fome e da morte", escreveu Darwin. Nós mesmos, imaginou o inglês, não podíamos estar de fora. A diferença é que a evolução para a forma que temos hoje foi a partir de "macacos" (na verdade, animais parecidos com macacos) que foram desenvolvendo cérebros cada vez maiores, do mesmo jeito que os pássaros fizeram com as asas. E esses "macacos" vieram de outros bichos... Hoje sabemos de quem: de peixes mutantes que nasceram com a capacidade de respirar fora da água - nossos pulmões, por exemplo, vieram direto desses animais, que viviam em pântanos lamacentos. Aí não tinha mais jeito. Darwin já sabia que não éramos "a imagem e semelhança de Deus".

Agora responda: o que você faria ao perceber que na sua cabeça existe uma idéia que pode abalar as crenças mais profundas de quase toda a humanidade? Darwin sentiu o peso, e ficou aterrorizado. Demorou mais de 30 anos para publicar a idéia em seu livro A Origem das Espécies, de 1859. E ainda assim o livro só saiu quando ele leu um artigo de Alfred Russel Wallace, um biólogo inglês.
O texto continha uma teoria bem similar à da seleção natural, porém menos abrangente. Com medo de ser passado para trás, Darwin autorizou seu amigo Thomas Huxley a expor a Teoria da Evolução ao mundo científico, pois ele mesmo não teve coragem. "Foi como confessar um assassinato", escreveu. Por isso mesmo a teoria demorou para virar unanimidade entre os acadêmicos. Ela só foi aceita para valer quando outros cientistas, já no século 20, a refinaram com base na genética - a forma como os pais transmitem suas características aos filhos.

Esse renascimento deu um gás novo à Teoria da Evolução. E na década de 1930 começava uma nova revolução: o neodarwinismo. Com ele, uma idéia aterradora começou a sair do forno: a de que você não passa de um robô. Era a Teoria do Gene Egoísta, que ganhou corpo nos anos 70. E que afirma que, basicamente, somos sua máquina de sobrevivência dos genes

O sentido da vida
Genes mutantes e as pressões da seleção natural fizeram essa obra esplêndida que você vê no espelho todas as manhãs. Uma caminhada e tanto. Mas uma coisa não mudou através dos tempos: tudo o que os genes querem é fazer cópias de si mesmos. Foi para isso que eles criaram nosso corpo e nossa mente. E agora nos comandam lá de dentro, por controle remoto, para que trabalhemos em nome de sua preservação. A razão da existência? Lutar para que os genes façam cópias deles mesmos do melhor jeito possível. E, para os neodarwinistas, esse egoísmo dos genes é a chave para descobrir como a nossa mente funciona. O próprio Darwin tinha escrito, no final de A Origem das Espécies: "Agora a psicologia se assentará sobre um novo alicerce". Demorou, mas aconteceu. Uma nova ciência da mente ganhou terreno no final do século 20. Foi a psicologia evolucionista, que usa Darwin e a mecânica dos genes para entender o que se passa aí dentro da sua cabeça.

Premissa número 1 dessa ciência: a mente já nasce quase pronta. Ela não é uma folha em branco, em que qualquer coisa pode ser "escrita", como muitos filósofos e cientistas sociais defendem. Do ponto de vista da psicologia evolucionista, não faz sentido dizer que a cultura molda o nosso comportamento. Ela afirma que sua mente foi forjada ao longo de toda a evolução. E que você vem ao mundo com todos os "softwares" instalados no "hardware" da sua cabeça. Seus desejos, sua personalidade e tudo o mais dependem desses programas mentais. Nossa margem de manobra é pequena.

E tem outra: a mente humana ganhou os softwares que tem hoje nos últimos 200 000 anos, quando nossa espécie, o Homo sapiens, veio ao mundo. Passamos 97% desse tempo em bandos nômades, que viviam da caça e da coleta. Nossa mente, então, não passa de uma ferramenta da Idade da Pedra tentando se virar num mundo que não existe mais. Do ponto de vista dos nossos genes, ainda estamos no Paleolítico, uma época sem faculdade, carreira, dinheiro ou anticoncepcionais. Uma época em que só duas coisas realmente contavam.

Sexo e violência
Se ainda sobrou alguma coisa que você queria saber sobre sexo, mas não tinha coragem de perguntar, talvez a resposta dos evolucionistas sirva: ele é a forma que os genes arrumaram para melhorar as defesas da sua máquina de sobrevivência. Por exemplo: se você tem um sistema imunológico que não sabe se defender de algum vírus, e tudo o que você sabe fazer para se reproduzir são cópias de si mesmo, como as primeiras células da evolução, seus rebentos vão ter esse problema. E o clã inteiro vai morrer no caso de um ataque.

Agora, se você combina seus genes com o de um ser imune ao tal vírus, a história é outra: teoricamente, só uma parte do clã morreria. E o resto continuaria passando seus genes adiante como se nada tivesse acontecido. Ao criar esse tipo inovador de reprodução, a seleção natural tratou de dividir o trabalho entre dois tipos de funcionários especializados. Um teria a função de tentar pôr seus genes em qualquer máquina de sobrevivência que cruzasse seu caminho. O outro selecionaria entre esses primeiros quais têm os melhores genes para compartilhar e cuidaria da cria que os dois tivessem juntos. Em outras palavras, o mundo se dividia entre machos e fêmeas (em algumas espécies, os papéis se invertem: os filhotes ficam a cargo dos machos, então eles é que são os mais paquerados).

Enfim, ao ganhar o poder de decidir quais machos terão filhos e quais ficarão na prateleira, as fêmeas assumiram o controle da evolução na maioria das espécies. E, para a psicologia evolutiva, é isso que determina aquilo que mais importa na vida: a propagação dos nossos genes, coisa também conhecida como vida afetiva e sexual.

O sexo, hoje, tem pouca relação com o ato de fazer filhos. Você sabe. Nenhum adolescente pensa em engravidar 10 meninas quando vai viajar para o Carnaval. Mas os genes dele não fazem idéia de que existem camisinhas e tudo o mais, então deixam o rapaz com vontade de transar com 10 garotas e pronto. Se tudo der certo, esses genes poderão instalar-se no útero de um monte de meninas e construir um monte de bebês (várias máquinas de sobrevivência novinhas em folha!).

Do ponto de vista das fêmeas a história é outra: transar com 10 sujeitos num feriado não vai "render" 10 filhos para os genes dela se instalarem. Vai dar é uma baita dor de cabeça. Os contraceptivos poderiam deixá-las livres para fazer sexo só pelo prazer com um monte de seres do sexo oposto, como qualquer homem faz (ou tenta fazer). Mas não. O cérebro delas evoluiu para selecionar os melhores parceiros, ter poucos (e bons) filhos, não para tentar a sorte com qualquer um. Sem falar que, do tempo dos nossos ancestrais caçadores coletores até o século 20, sexo casual para elas era correr o risco de acabar com um bebê indesejado. Aí não tem ideologia liberal nem pílula que dê conta de superar esse "trauma" evolutivo.

Psicólogos da Universidade Stanford, nos EUA, checaram isso com uma experiência simples. Contrataram homens e mulheres atraentes para abordar estudantes e dizer: "Você gostaria de ir para a cama comigo hoje?" Nenhuma mulher aceitou. Já as garotas tiveram resultados melhores: 75% dos homens toparam no ato. Dos 25% restantes, a maioria pediu desculpas, explicando que tinha marcado de sair com a namorada.
Pois é: do ponto de vista da seleção natural, uma bela fêmea disponível é um bem valioso demais para ser desperdiçado. Nenhum homem se surpreende com isso (o pessoal da obra não está só brincando quando diz "ô, lá em casa!"), mas para as mulheres a verdade da psicologia evolucionista pode soar assustadora: "O desejo de variedade sexual nos homens é insaciável. Quanto maior for o número de mulheres com quem um homem tiver relações, mais filhos ele terá [pelo menos é o que "pensam" os genes]. Então demais nunca é o bastante", escreveu outro guru do neodarwinismo, o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, nos EUA.
Esse apetite todo também ajuda a explicar as raízes de outro comportamento ancestral: a violência. Os despojos de guerra mais comuns nos conflitos tribais sempre foram as mulheres. Não é à toa que uma das lendas sobre a fundação de Roma, que aconteceu no século 8 a.C., celebra o dia em que os primeiros romanos atacaram uma tribo vizinha, a dos sabinos, e raptaram as mulheres deles para começar sua civilização. Não dá para não dizer que deu certo. E esse é o ponto: às vezes a violência é, sim, o melhor jeito de conseguir alguma coisa.
Então não há mistério para a psicologia evolucionista: como a violência funcionou ao longo da história, está impregnada nos nossos genes. "Os bebês só não matam uns aos outros porque não lhes damos acesso a facas e revólveres", disse o pediatra e psicólogo Richard Tremblay, da Universidade de Montreal, em uma entrevista à revista americana Science.
A grande questão, ele completa, não é como as crianças aprendem a agredir, mas como elas aprendem a não fazer isso. Intrigante, mas o psicólogo evolucionista Eduardo Ottoni, da USP, tem a resposta na ponta da língua: "A coisa mais complicada na vida de um primata é a capacidade de se virar em sociedades complexas. E se dar bem socialmente não é dar bifa em todo mundo". Então nada melhor que um pouco de altruísmo com alguns para ficar bonito na foto.
Os morcegos que o digam: entre as espécies que se alimentam de sangue, a vida não é fácil. Nem sempre dá para voltar pra caverna com o almoço na barriga. Mas os que conseguiram sangue durante o dia dão uma força aos malsucedidos, oferecendo a eles o sangue que sobrou na boca. Mas não tem conversa: quem não retribuir a oferta quando a situação for inversa fica com a reputação manchada e é banido do almoço grátis. Mas em alguns casos somos altruístas sem querer nada em troca, nem inconscientemente. Isso acontece quando se trata das nossas famílias. E é aí que, para os neodarwinistas, fica mais clara a forma como os genes nos dominam.

Para saber mais
Tábula RasaSteven Pinker, Companhia das Letras, 2004
O Relojoeiro CegoRichard Dwalkins, Companhia das Letras, 2001
A Vida no CosmosLee Smolin, Unisinos, 2004

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Matéria publicada na Folha de Londrina, 20/06/2007:
  • Manchete na primeira página:
Vaticano divulga cartilha com orientações para os motoristas inspirada nos dez mandamentos
(http://www.bonde.com.br/folhadelondrina/) - edição de 20/06/2007
A Matéria na página 10 do jornal impresso:

Ultrapassagem perigosa é pecado
Cidade do Vaticano- A ultrapassagem de um carro de forma perigosa é pecado para a Igreja Católica, segundo as recomendações divulgadas pelo Vaticano ontem para os motoristas. A ausência de cortesia, os gestos vulgares, as blasfêmias e os insultos também figuram entre os pecados mais comuns praticados pelos motoristas, assegurou o cardeal Renato Martino ao apresentar o documento ''Orientações para a pastoral das estradas'' preparada pelo Conselho Pontifício para os Migrantes, que recorda que os católicos devem fazer o sinal da cruz antes de iniciar uma viagem. ''Os meios de transporte podem servir para promover as virtudes cristãs, entre elas a prudência, a paciência e a caridade'', afirma o Conselho, que elaborou um ''decálogo especial'' para os motoristas inspirado nos dez mandamentos.
France Presse
Na internet, encontra-se no site:
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22264LINKCHMdt=20070620


Enviei ao Jornal a seguinte carta, comentando a matéria:

Pastoral das Estradas
Noticiado em primeira página, em letras garrafais, a Folha de Londrina desinforma seus leitores sobre a verdade dos fatos (edição de 20/06/2007 – Direção perigosa agora é pecado – página 10). Não existe nenhuma publicação ou declaração da Igreja Católica a respeito de ser “pecado” qualquer transgressão no trânsito. O resumo desta notícia – versão verdadeira – está à disposição no site http://www.zenit.org/article-15391?l=portuguese. O documento original, em italiano, encontra-se no site do vaticano, no endereço: http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/20446.php?index=20446&po_date=19.06.2007&lang=po.
No dito documento, em momento algum é proposto que alguma atitude desrespeitosa ou irresponsável no trânsito seja “pecado”, como sugere tal notícia publicada na Folha. Quando o jornal dá essa interpretação, banaliza irresponsavelmente um assunto extremamente importante: a preservação da vida no trânsito.
O número assustador de mortos nas ruas e estradas preocupa todos aqueles que defendem a vida. O Vaticano propõe que a “Pastoral das Estradas” seja difundida pelas Conferências Episcopais nos países em que ela ainda não existe. Tal Pastoral propõe-se a diminuir esses sofrimentos e mortes: ela deve agir de forma educativa e orientar os envolvidos no trânsito para que defendam a vida, sejam atenciosos e responsáveis. Entre as diversas ações, foram propostos dez tópicos – análogos aos Dez Mandamentos do Senhor – que orientam para a defesa da vida acima de tudo, além de uma convivência fraternal no trânsito, pautado sempre pela cortesia, prudência, caridade, apoio, perdão e responsabilidade.
Esta Pastoral tem, como uma de suas missões, denunciar situações perigosas e injustas causadas frequentemente pelo tráfego. Além disso, a Igreja e o Estado devem unir-se para combater a violência do trânsito, sob o objetivo comum da defesa da vida.
Se todos forem responsáveis quando estiverem no trânsito, observarem rigorosamente as regras básicas de defesa da vida, muitas mortes, mutilações e sofrimentos poderão ser evitados. Não precisa ser católico para perceber isso... aliás, não precisa seguir nenhuma religião para perceber o valor da vida e o cuidado que devemos ter para preservá-la!


A Folha de Londrina não quis publicar tal carta, sob a seguinte alegação:
Caro André, a notícia publicada pela Folha da agência France Presse traz exatamente o que os demais meios de comunicação informaram a respeito dos 10 mandamentos do motorista recomendados pelo Vaticano. A própria TV Globo, com sua correspondente na Itália, deu a mesma notícia. Portanto, não vemos razão para publicação de seu artigo. Contanto com sua compreensão e atenção, Editoria de Opinião da Folha de Londrina.


O que dizer????
Oras, a FOLHA DE LONDRINA coloca-se numa posição parcial, quando não admite um comentário de uma matéria que publica. Na verdade, não aceita a crítica.
A matéria publicada pela Folha, enquanto pouco mostra o verdadeiro objetivo da divulgação feita no Vaticano, propõe uma visão debochada e extremamente superficial, sobre um assunto sério debatido e proposto por uma instituição milenar que é a Igreja Católica.

No dia seguinte (21/06/2007), a Folha de Londrina publica novamente a mesma matéria, mas desta vez re-escrita por uma jornalista local. Piorou, pois agora esta jornalista foi às ruas buscar opiniões sobre o título da matéria e não sobre o conteúdo da matéria original - aliás, conteúdo que a Folha nunca deu seu verdadeiro e correto destaque. Subentende-se que o seu objetivo é superficial; não é de discutir o cerne da questão e muito menos divulgar o documento correto e verdadeiro emitido pelo Vaticano. Vejamos abaixo essa sequência:

No caderno CIDADES, página 02 - na coluna Fala, cidadão:

Você acha que dirigir de forma perigosa é pecado?

  • ''Penso que não. Acho que no dia-a-dia é preciso se acostumar. Sou católico não praticante, e acho que não tem nada a ver. Pecado é sair de casa mal-humorado e distribuir sua raiva em todo mundo na rua.'' Antônio Valério, 54 anos, taxista.
  • ''Depende. Tem que ver o que é a dirigir perigosamente. Se põe a vida de outras pessoas em risco, como dirigir em alta velocidade, furar semáforos, eu acho que é pecado sim. Se não, é falta de respeito e irresponsabilidade.'' Dartagnan de Vitor Carvalho Silva, 22 anos, auxiliar administrativo.
  • ''Sim, porque se a pessoa dirige de forma perigosa e mata alguém está pecando. Por isso concordo com essa orientação da Igreja. Acho que hoje em dia as pessoas não respeitam muito, e com isso elas vão se conscientizar mais.''Cláudia Manella, 34 anos, secretária.
  • ''Eu acho que considerar isso pecado é uma forma de sensibilizar as pessoas, e vai contribuir para melhorar o trânsito. Se for analisar a fundo, acho que é pecado sim. A gente vê cada barbaridade no trânsito que é só por Deus mesmo.'' Ângela Grigonis, 26 anos, comerciante.

Publicado no site (http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22881LINKCHMdt=20070621)

Mais à frente, na página 04, a seguinte reportagem, sob o título:

Direção perigosa agora é pecado

A Igreja Católica divulgou esta semana uma lista dos dez mandamentos do motorista, considerando pecado desrespeitar orientações como ter cortesia, correção e prudência, ajudar o próximo em necessidade e as famílias dos acidentados, proteger a parte mais vulnerável, ser responsável para com o próximo e promover o perdão entre culpados e vítimas. A idéia de que, além de correr o risco de levar uma multa, o motorista pode também estar cometendo um pecado ao infringir as leis de trânsito pode, a longo prazo, provocar uma mudança de comportamento nos condutores de veículos. Essa é a opinião de Eliana Aparecida Ramos Damaceno, 42 anos. Ela é vereadora em Jaguapitã, e não gosta de dirigir em Londrina, porque aqui ''as pessoas não têm muito respeito''. Para ela, a cordialidade, o respeito e a prudência no trânsito são necessários independentemente da religião da pessoa. ''Não considero a infração a esses princípios um pecado, mas uma falta de respeito com o ser humano. Carro não é arma, é um meio de transporte'', define. Já o taxista Armando de Jesus, 60 anos, acredita que esse posicionamento da Igreja Católica não deve influir muito na atitude de cada um. ''Cada um deve saber o que faz'', recomenda. Mesmo sem ser católico, Armando concorda com a atitude da igreja em relação ao assunto. ''O motorista de Londrina buzina bastante, acha melhor buzinar do que frear. É preciso ter mais paciência. Não é fácil, mas a pessoa tem que se esforçar. Eu mesmo nem ligo, já me acostumei'', afirma.

Para Ildefonso Dellaroza, 77 anos, que sempre trabalhou dirigindo e há mais de 20 anos atua como taxista no mesmo ponto, manter a calma e ter paciência no trânsito de hoje é uma missão difícil. ''Às vezes tem carro que fica fazendo cera na minha frente, o motorista não anda dentro da faixa da sua pista, fala ao celular, e isso me irrita. Acho que cada um tem seu temperamento, e eu sou meio nervoso. Queria ser mais calmo, mas já nasci com o sangue meio violado'', argumenta. Apesar desse temperamento, Dellaroza preocupa-se em manter uma boa conduta no trânsito. O taxista conta que já se envolveu em um acidente em que o outro motorista estaria errado, mas acabou pagando o conserto de ambos os carros. ''Ele ficou tão feliz que veio me mostrar o carro dele consertado. E saiu falando bem de mim. Também sempre ajudo no que posso quando vejo um acidente'', conta, mostrando que, mesmo antes de o Vaticano divulgar os dez mandamentos do motorista, já havia praticado alguns deles.

O padre Romão Martins reconhece que a correria e o stress do dia-a-dia levam muitos a descontar sua raiva no trânsito, acabando por infringir algumas regras de conduta. ''A orientação do Vaticano procede, porque qualquer atentado contra a vida é um pecado. Pecado é tudo aquilo que atenta contra a vida e prejudica as relações humanas e com Deus'', esclarece, lembrando que se omitir ao invés de ajudar também é pecar. Para Romão, além de refletir, essas orientações devem levar o motorista a preparar o espírito e o coração para enfrentar o trânsito cada vez mais conturbado das grandes cidades. ''Eu mesmo já fui multado. Não é vergonha receber uma multa, porque qualquer pessoa é passível de cometer um erro. O que não se pode é fazer disso uma regra, colocar a vida alheia em risco. Prejudicar a vida de alguém é pior, e o valor é tão alto que não tem preço''.

Adriana Ito

Reportagem Local

http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22906LINKCHMdt=20070621


Novamente pergunto: O que dizer????

Veja que, desta vez, a repórter não menciona a Pastoral das Estradas e nem a preocupação do Vaticano com a divulgação e crescimento desta Pastoral como um braço da Igreja que protegerá vidas e diminuirá o sofrimento das vítimas do trânsito.

Escrevi nova carta para a Folha, que desta vez, não se dignou a responder e muito menos a publicá-la. Veja a seguir:

Prezado Editor

Agora que publicaram uma reportagem local a respeito do assunto (não é uma reportagem "comprada" de outro veículo), acredito que aceitarão meus comentários...

Segue, então, minha opinião para o Espaço Aberto, a respeito da reportagem entitulada "Direção perigosa agora é pecado".

Grato pela atenção



Pastoral das Estradas

O título de uma notícia publicada na página 04 do caderno Cidades, da edição de 21/06/2007, desvirtua o conteúdo da matéria original: a divulgação da Pastoral das Estradas pelo Vaticano, no último dia 19/06. Outros jornais, como "O Estado De São Paulo" por exemplo, noticiaram a mesma matéria com uma chamada mais objetiva "Os Dez Mandamentos do Trânsito", e uma descrição objetiva de seu conteúdo, não perdendo seu foco em nenhum momento - confira no site: http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2007/jun/19/178.htm. O conteúdo dessa notícia está também à disposição no site http://www.zenit.org/article-15391?l=portuguese. O documento original, em italiano, encontra-se no site do vaticano, no endereço: http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/20446.php?index=20446&po_date=19.06.2007&lang=po.

As colocações do Padre Romão Martins foram muito bem vindas, já que esclarece o nobre objetivo da defesa da vida, e que qualquer ato contra a vida é uma transgressão moral: obviamente torna-se um pecado para os católicos e uma insensatez para aqueles que não são católicos ou que não acreditam em pecado!

O número assustador de mortos nas ruas e estradas preocupa todos aqueles que defendem a vida. O Vaticano propõe que a “Pastoral das Estradas” seja difundida pelas Conferências Episcopais nos países em que ela ainda não existe. Tal Pastoral propõe-se a diminuir esses sofrimentos e mortes: ela deve agir de forma educativa e orientar os envolvidos no trânsito para que defendam a vida, sejam atenciosos e responsáveis. Entre as diversas ações, foram propostos dez tópicos – análogos aos Dez Mandamentos do Senhor – que orientam para a defesa da vida acima de tudo, além de uma convivência fraternal no trânsito, pautado sempre pela cortesia, prudência, caridade, apoio, perdão e responsabilidade.

Esta Pastoral tem, como uma de suas missões, denunciar situações perigosas e injustas causadas frequentemente pelo tráfego. Além disso, a Igreja e o Estado devem unir-se para combater a violência do trânsito, sob o objetivo comum da defesa da vida.

Se todos forem responsáveis quando estiverem no trânsito, observarem rigorosamente as regras básicas de defesa da vida, muitas mortes, mutilações e sofrimentos poderão ser evitados. Não precisa ser católico para perceber isso... aliás, não precisa seguir nenhuma religião para perceber o valor da vida e o cuidado que devemos ter para preservá-la!


Mais uma vez, pergunto: O que dizer???...