segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Caminhada Contra o Aborto

Louvável a atitude cidadã de alguns Londrinenses neste domingo último, que, em passeata pelo centro da cidade, protestaram, civilizadamente, contra mais um absurdo que estamos assisitindo acontecer neste país. Este protesto contra a lei que permite o aborto de fetos anencéfalos nos leva a meditar profundamente sobre o que deve haver por trás de se legalizar esta lei no Brasil. Legalizar este tipo de aborto é o primeiro passo para legalizar completamente o aborto, dando permissão para que as pessoas sintam-se à vontade para cessar qualquer gestação, seja ela qual for, seja qual for o motivo ou a razão. Daí a legalizar pena de morte, eutanásia, e outros absurdos afins, será um pequeno passo. Pergunto: a serviço de que ou de quem está esse interesse? Quais os interesses que andam na sombra dessas "leis"? A quem pensam estão beneficiando com a legalização do aborto? A mãe? O pai? O filho? A saúde? A sociedade? A ganância? A vaidade? ... Não quero discutir aqui os detalhes técnicos da sobrevida de fetos anencéfalos, pois acho que essa discussão pode desvirtuar o real objetivo oculto nesse desejo insano de se aprovar essas leis. Esses detalhes são meras propagandas, sejam prós ou contras. Sem entrar no mérito cristão da questão, ainda que este tenha sua grande importância, as pessoas precisam saber e proteger aquele que deve ser o objetivo primordial de qualquer lei: preservar a vida, acima de tudo. Quero aqui propor a meditação, acima de qualquer convicção religiosa, a respeito da vida e das leis que devem, acima de tudo, protegê-la e não condená-la. A mesma lei, que hoje protege a sua vida, poderá amanhã, estar condenando você mesmo à morte!
(Carta publicada na Folha de Londrina - edição de 26/08/2004 - pag 02)