quinta-feira, 31 de maio de 2007

A Igreja de Jesus

A Igreja Católica foi deixada por Jesus para nós, mas foi um crescimento e uma evolução desde a semente que plantou. Podemos lançar uma semente na terra e ver surgir, num piscar de olhos, uma árvore carregada de frutos maduros e suculentos?Assim como a semente germina, cresce para chegar à árvore e frutifica, o Catolicismo também seguiu esse mesmo caminho.

Jesus pensou em fundar uma Igreja? Sim! Igreja, do grego “ekklêsia”, assembléia, entende-se por uma reunião convocada por um pregoeiro público. Portanto, são assembléias as reuniões dos cristãos que se reúnem numa casa (Rm 16,5; Cl 4,15), ou mais abrangente, quando se trata da Igreja de Jerusalém (At 8,1; 11,22; 15,24), a Igreja de Antioquia (At 14,26; 15,3; 23,1), as igrejas da judéia (Gl 1,22), da Ásia (1Cor 16,19) e da Macedônia (2Cor 8,1).

Segundo Mt 16,18: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Jesus mudou o nome de Simão para Pedro (“Kepha” em aramaico) que, segundo o uso bíblico, a mudança de nome é sinal de um benefício. “Kepha” é masculino e significa rocha, pedra. Ou seja, Jesus disse que a rocha é o próprio Simão (dando-lhe o nome de “Kepha = Rocha“ a partir daquele instante) e sobre ele erguer-se-ia a Sua Igreja (entendamos que a frase, no original, ficaria assim: Tu és Kepha, e sobre essa Kepha edificarei minha Igreja = Tu és Rocha e sobre essa Rocha edificarei minha Igreja). Não há outro sentido para essa frase, se formos buscar sua origem verdadeira. Pedro e pedra são traduções que levam a um fácil entendimento prático aos leigos, mas é superficial, e assim sendo, pode dar combustível para interpretações capciosas.

Vemos também nos Atos 5,11; 8,1-3; 9,31; e nas Epístolas de S. Paulo (1Cor 10,32; 11,16; 14,1; 15,9; Gl 1,13; Ef 1,23; 5,23; Cl 1,18) e Epístola de S. Tiago 5,14. Segundo Lucas, 27,20: “O reino de Deus está em vós”. Jesus diz que, de uma forma espiritual o reino de Deus já existe e é presente: “não estará ali ou acolá; mas sim no meio de vós”. O Reino à que Jesus se referia é a nova religião, o Cristianismo, que permanecerá no nosso meio até seu retorno. Tal reino de Deus tem duas faces: terrestre e celeste. A primeira é oferecida aos homens. A segunda será estabelecida nos céus.
A essência da religião pregada por Jesus é, sobretudo, espiritual com uma renovação interior pela fé, caridade e amor ao Pai. Jesus ensinou que essa renovação espiritual deveria corrigir um conceito, da época, da espera de um reino temporal; mas sim de um reino universal, para todos os povos, no qual poderia entrar todo homem de boa vontade pela prática de virtudes morais e interiores. Jesus demonstrava isso através de suas parábolas. Vemos ainda a hierarquia instituída por Jesus:

. o colégio dos doze e seus sucessores (Mt 10,2-4; Mc 3,13-19; Lc 6,13-16; Jo 1,35-51): conferiu os poderes de ensinar, reger e santificar (Mt 28, 19,20);

. fundou uma hierarquia, conferindo uma autoridade visível e permanente: à frente colocou um chefe único: Pedro e seus sucessores (Mt 16,18-19). Em Jo, 21,15-17, Jesus questiona insistentemente a lealdade de Pedro e termina: “Apascenta as minhas ovelhas”. Conforme o uso corrente da época, apascentar significa governar – dando-lhe então a autoridade soberana da Igreja de Cristo: ser o chefe supremo; ainda a escolha de Matias para ocupar o lugar de Judas (At 1,12-26); o Pentecostes, quando S. Pedro começou sua pregação e fez numerosas conversões (At 2,37) e quando os apóstolos instituíram os diáconos, delegando-lhes seus poderes (At 6,1-6) são claros exemplos do início da hierarquia da Igreja; e o primado de S. Pedro é transmissível: vemos em Mt 16,17-19 e em Mt 28,20: “(...) eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Assim, o poder de Pedro é transmitido até hoje e o será até o final dos tempos;

. garantiu à preservação de sua doutrina através do privilégio da infalibilidade: que é a preservação de todo erro doutrinal, garantida pela assistência especial do Espírito Santo. Jesus constituiu uma autoridade viva, um magistério infalível que recebeu a missão de determinar quais os livros inspirados, de interpretá-los autenticamente e de haurir nessa fonte a verdadeira doutrina de Jesus.

  • Esse privilégio apóia-se:

- nos textos da Escritura: Mt 17,18: “(...) as portas do inferno não prevalecerão contra ela” –a Igreja – e às promessas de enviar aos apóstolos o Espírito da verdade (Jo 14,16; 15,26) e icar com eles até o fim do mundo (Mt 28,20). Essas promessas significam que os apóstolos ão poderão errar quando ensinarem a doutrina de Jesus, porque o erro não existe onde se ncontra o Espírito Santo.

- no modo de proceder dos apóstolos: confirmam a verdade de sua doutrina pelos muitos milagres que operaram, provando sua autêntica e infalível representação de Cristo.

Concluindo, quero reproduzir as palavras do jornalista Mario Sabino: “soam patéticas as pretensiosas idéias de dar lições e sobrevivência a uma instituição com mais de 2000 anos e existência. A Igreja não precisa de conselho dos neófitos. Foi suficientemente humilde para reconhecer uma série de pecados e, assim, restringi-los aos livros de história”.

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