sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Máquinas de camisinhas nas escolas
domingo, 17 de agosto de 2008
A respeito da reportagem MUNISÍTIOS
O tom poético da reportagem, intencional ou não, esconde atrás dos versos, das flores e da beleza puritana um execrável atraso tecnológico, um interesseiro viés imperialista e uma maldosa vontade de manter tudo como está. Por quê?
Oras, não é difícil perceber que a vida no campo, romanticamente descrita, direciona os leitores para o saudosismo rural, aquele dos “bons tempos”, da vida sem controles rígidos, da paz entre os vizinhos, do leiteiro batendo à sua porta e do queijo colonial envolvendo a goiabada caseira.
E não há nada de mal nisso, não fossem a inversão das prioridades levadas à disposição desses munícipes.
Frases de efeito são como o remédio que esconde a dor: “... um dos estados mais ricos do país”; “... braço forte do povo que faz a terra produzir”; e vai por aí afora. Eleva-se o moral para em seguida mostrar-lhe, ainda que ligeira e disfarçadamente, a verdade: “Mas a riqueza não beneficia a todos”.
Viver no campo, em pleno século XXI, como se vivia no século XIX ou no anterior, é notável atraso. Intencional ou não, é atraso. A modernidade trouxe benefícios incontestáveis em nome do bem estar, da saúde e do conforto para o homem. E essa modernidade deve ser disponibilizada igualmente para todas as cidades e não restringir-se aos pólos e grandes centros. É certo que males vieram a reboque, assim como o efeito colateral do remédio que cura: no mínimo o sabor amargo.
Mas o que é inadmissível é o tom conformista proposto pela reportagem, adoçado no tom poético que remete a vida no campo; lê-se claramente nas entrelinhas: sem as horas que o controle, sem a velocidade de suas necessidades, sem os atropelos da modernidade. Mas também se lê nos últimos parágrafos a verdade escrita ao avesso: o progresso conquistado à custa de suas riquezas trouxe para vocês, moradores e trabalhadores braçais dos pequenos municípios paranaenses, o maior cuidado dos governos federal e estadual que, na sua piedade satânica, proporcionaram urgentemente as melhoras que eles acharam que deveriam ser levados aos mais perdidos rincões do estado: o melhoramento genético para seus gados, incremento na diversificação da produção/produtividade; qualificação dos trabalhadores; etc. Tudo em prol da preocupação do Estado com sua população. E frisado, muito bem frisado no final da reportagem: “... devolvendo a dignidade a estas populações que, aos poucos, vão recuperando a auto-estima e a esperança em dias melhores.”.
Um Estado que se preocupa, antes de qualquer coisa, com a produção, a produtividade, a capacitação dos trabalhadores, melhoramento genético para o gado, etc, E NÃO PROPORCIONA SAÚDE, ESCOLAS, ESGOTOS E TRATAMENTO DE ÁGUA, TRANSPORTE, etc. Esses benefícios deveriam ser as prioridades, mas não o são. E o povo, bovinamente, assim o aceita. Exatamente porque há muitos a serviço desta mão invisível, dourando-lhe a pílula e distribuindo à população.Oras bolas... é só o que consigo dizer:
ORAS BOLAS!!!
Um Estado que olha para seu povo, pede seu voto, mas não o retribui?
Um Estado que, em pleno século XXI, preocupa-se em manter seu povo na produção primária, predominantemente agropastoril, para sermos campeões na agro-pecuária, exportadores de matéria-prima?
Um Estado que, apesar de ser eleito “pelo povo e para o povo”, não o representa e não proporciona o progresso positivo para seu povo?
Um Estado que deveria olhar para seu povo com olhos de pai que ama seu filho: preocupando-se com seu desenvolvimento, com seu crescimento e aí sim, resgatando-lhe sua auto-estima e sua dignidade.
Um Estado que prefere melhorar o bem-estar dos gados, ao invés de seu povo.
Um Estado que quer manter seu povo no romantismo rural, pois assim não será risco para seu poder.
Mas também:
Um Estado iludido pela soberba e vendido ao poder econômico; um Estado que serve somente ao capital e a ganância desenfreada de seus tentáculos, pregando o moralismo rural para a população; o sonho dourado da vida tranqüila para poder surrupiar-nos o verdadeiro sonho: uma vida verdadeiramente digna, com os confortos da modernidade associado à vida tranqüila das pequenas cidades.
Porque?E reportagens poéticas, como estas, não beneficiam; ao contrário, traem os anseios populares, adocicando-lhes com um placebo que nunca vai curar a doença; traem os sonhos humanamente dignos, trocando por uma “... esperança em dias melhores.”.
Ganância, ganância, ganância. Poder, poder, poder. Custe o que custar.
sábado, 9 de agosto de 2008
Sabedoria Médica
- Muito bem. E o que a senhora quer que eu faça?
- Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.
- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.
- Veja bem, minha senhora, para não ter de ficar com os dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco...
- Não doutor! Que horror! Matar um criança é um crime!
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Considerações atualíssimas sobre a Zona Azul
1) A Lei, sendo boa e bem formulada, quando aplicada eficazmente por aqueles que têm tal incumbência, beneficia toda população; só não vão beneficiar-se aqueles que querem “dar um jeitinho”, atitude típica de quem quer ter uma vantagenzinha sobre outro, para depois contar aos amigos, dando gargalhadas;
2) Se a CMTU e seus agentes se mantiverem firmes no propósito de fazer-se cumprir a velha Lei, notaremos dentro de alguns meses que ficará mais fácil estacionar no centro da cidade e nos locais aonde a Zona Azul é aplicada, beneficiando toda a população. Com o tempo, os “aproveitadores” desistirão e as vagas vão sobrar para aqueles que são honestos e prezam as Leis;
3) Não há outro meio de se garantir vagas para todos nos locais de maior movimento se não regulamentar um estacionamento rotativo, com agentes fiscalizadores e ser rígido na punição dos que insistirem em não respeitar;
4) Pode-se sim estudar uma fórmula diferencial a ser aplicada em regiões de clínicas e hospitais, pois é sabido que nestes locais, duas horas pode ser pouco tempo para estacionar. Aos médicos, clínicas, laboratórios e hospitais, cabem o dever de colaborarem com a sociedade, dando o exemplo ao cumprirem com os horários marcados para os atendimentos, respeitando o consumidor;
5) É normal, principalmente no Brasil, haver choros e reclamações nos primeiros dias da aplicação rígida de uma Lei, mesmo que seja uma velha Lei resgatada para ser cumprida. São esperadas manifestações como essas alegando ignorância, desconhecimento e falta de orientação; todas completamente infundadas e descabidas, pois a cidade encontra-se bem sinalizada nos locais onde a Zona Azul está presente. Essas reclamações acontecem porque a Lei nunca foi aplicada corretamente, além do fato de que todos querem se beneficiar do “jeitinho brasileiro”, daquela tolerância irritante que atrapalha o trânsito, piora o humor das pessoas e traz à tona sentimentos de ira, acompanhado das palavras sujas habituais;
6) Para a (in) felicidade geral da nação: felizmente nem todos são de ferro! Muito menos os agentes da CMTU e seus comandantes! Então, resta à população tolerar essa aplicação exagerada e hiper-rígida por alguns dias ou semanas, assim, dentro de algum tempo, não muito, voltaremos ao mesmo velho e mau hábito de estacionar como quiser e quando quiser, pois, no que diz respeito ao trânsito, não há cumprimento de Lei que perdure quando se deseja combater maus hábitos. Os movimentos pró-lei são somente nos instantes iniciais em que se decidiu colocá-la em prática. Basta passar algum tempo, sair da mídia, e tudo voltará como era antes.
Afinal, é muito cansativo ser correto e honesto, não é mesmo? Que pena!
sábado, 26 de abril de 2008
Éramos todos negros
ATÉ ONTEM , éramos todos negros. Você dirá: se gorilas e chimpanzés, nossos parentes mais chegados, também o são, e se os primeiros hominídeos nasceram justamente na África negra há 5 milhões de anos, qual a novidade?A novidade é que não me refiro a antepassados remotos, do tempo das cavernas (em que medíamos um metro de altura), mas a populações européias e asiáticas com aparência física indistinguível da atual.
No entanto, como as margens de erro nessas estimativas são apreciáveis, os pesquisadores tomaram a iniciativa de seqüenciar outros genes, localizados em áreas vizinhas do genoma. Esse refinamento técnico permitiu concluir que a pele branca surgiu na Europa, num período que vai de 6.000 a 12 mil anos atrás.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Quando não servir para mais nada... torne-se cobaia de cientista!
É assim que os nazistas classificaram alguns judeus, naqueles tempos de Segunda Guerra Mundial. Ou será que só tolos acreditam nessa história?
No artigo de VEJA, desta semana (05/03/2008), André Petry demonstra uma face nazista, dando um claro destino para aquilo que julga não prestar pra mais nada: “ou vai para o laboratório ou vai para o lixo”. Oras, Sr. André, cuidado com o que diz... suas palavras podem ecoar contra a sua própria pessoa... em algum momento de sua vida, esta legislação que o sr defende poderá atentar contra sua própria vida. Num certo momento, quando estiver velho e improdutivo (dentro dos padrões que exigirem à época) o senhor poderá ser jogado num canto de laboratório, já que nenhum valor mais terá a vida, com seus membros amputados, e sua vida segurada por um aparelho qualquer apenas para mantê-lo utilizável nas experiências que os cientistas estiverem dedicando-se naquele momento. Que mal há nisso? Ele era mesmo um velho decrépito... já não prestava para mais nada!
Atentar contra a vida – em qualquer momento em que ela se encontra – é um descalabro. Quem é que pode garantir que os embriões obtidos de forma laboratorial não são vidas congeladas? “Na dúvida, não ultrapasse!” Como pode o Estado – tutor da vida de todos os seus cidadãos – condenar alguém à morte? Que poder é esse que querem dar a este Estado? Eu não quero viver submetido á um estado que se diz democrático, mas ameaça de morte aqueles que ele assim escolher, segundo seus padrões de produtividade ou padrões de permissão para viver.
Não! Há um equívoco nessa discussão toda que querem tapar a todo custo. Não é uma discussão católica, evangélica, cristã ou religiosa. Seu quadrinho com pesquisa entre católicos e evangélicos serve para desviar a atenção; ademais, uma pesquisa desse tipo foi feita em que padrões? Qual o nível de conhecimento dos entrevistados? O quão católicos ou evangélicos são esses 95%? De finais de semana ou cristãos realmente devotos e conhecedores a fundo da fé cristã e da defesa da Vida?
Essa é uma discussão em que muitos daqueles que defendem essa tal Lei, não enxergam o poder que estão dando aos dirigentes: poder para decidir quem pode e quem não pode viver. Não enxergam, porque os mal-intencionados fazem essa confusão toda, para ludibriar aqueles mal informados. É um jogo político, sujo, como temos visto no Brasil em todas as eleições. Decisão pela vida nunca foi uma decisão religiosa. Mas abusa-se desse argumento, desviando as atenções do propósito ditatorial embutido nessa ganância de comandar a vida das pessoas.
E quem garante que, se tal Lei for aprovada, não surgira outros complementos e emendas trazendo a tona mais claramente a vontade ditatorial de decidir quais são os eleitos para viver?
Os cientistas nazistas – como deve o senhor saber – também pensavam assim, como estão pregando hoje. Religião? Não levamos em conta. Oras, esses pobres judeus vão para o forno mesmo, então porque não utilizá-los em experiências na tentativa de purificar nossa raça? Quem se importará, já que eles estão mesmo condenados à morte e vão para o lixo (uma vala qualquer, quando não um depósito de cinzas)?
É exatamente a mesma coisa. A única mudança é que hoje não classifica-se aqueles condenados à morte pela sua raça/credo, mas sim pela sua suscetibilidade vital, ou melhor, pelo seu poder de dizer sim ou não. Como pode um embrião optar pela vida, pelo lixo ou por um tubo de ensaio? Ele não pode decidir. E aqueles que se dizem possuidores de inteligência deveriam decidir por eles – a decisão sensata e correta: a decisão pelo direito de viver.
Complemento ainda, Sr. André Petry: nem os pais que geraram esse embrião, são possuidores do poder de decidir pela sua vida ou sua morte. Eles são sim responsáveis pela manutenção da sua vida – em qualidade – até que esse embrião torne-se pessoa independente e “caminhe pelos próprios pés”.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Quando eu descobrir o que você sabe, eu vou contar para todo mundo!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Assassinato da Língua Portuguesa!
NÃO DÊ ESMOLA. DÊ OPORTUNIDADE.
Sem os acentos e sem a pontuação, mesmo assim, com boa vontade, dá para entender o que quer dizer! Mas é estranho: "não de esmola de oportunidade". Nesse caso a "esmola de oportunidade" é algo que não deve ser praticado. Isso se entendermos o primeiro "de" do verbo dar, grafando-se corretamente "dê".
Poderíamos brincar com a pontuação, porque, já que não há acentos, quem garante que a pontuação está correta? (já que ela nem existe!!!)
- - Não dê esmolas de oportunidades!
- - Não! Dê esmolas de oportunidades...
- - Não de esmola nem de oportunidade... vive um homem!
E assim vai...
Pelo menos lembraram de colocar o "til" sobre o "a" do não!!!
Será que não havia um "revisor" para autorizar este texto antes de publicá-lo em tal placa? Será que o responsável por tal placa não leu a mesma antes de autorizar a sua confecção e publicação?
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Quadrinhas
- Orgulho
Onde é que mora a amizade,Onde é que mora a alegria?No Largo São Francisco,Na velha Academia.O tempo que vai passando,Não passa na faculdadeAqui sempre nos sentimosCom vinte anos de idade.
- Paquera
Não sei se é fato ou se é fita,
Não sei se é fita ou se é fato
O fato é que ela me fita,
Me fita mesmo de fato.
- Romantismo
Mal sabes tu que desprezas
Os olhos com que te sigo
Que meus oolhares são rezas,
Ditas baixinho, comigo.
- Professores
Estava domingo na praia
Comendo amendoim
Chegou o Ataliba e disse:
"O Estado é o meio e não fim"
"Homenagem" a José Carlos de Ataliba Nogueira (1901-1983), professor da São Francisco e autos de O Estado é meio e não fim
- Famosos
Se o elefante voasse,
Seria o rei dos insetos
Mas como o elefante não voa
Não é o reio dos insetos
Atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros (1917-1992)
- Pindura
Garçom, tira a conta da mesa,
Põe um sorriso no rosto
Seria muita avareza
Cobrar do XI de Agosto
"Aplicada" pelos integrantes do Centro Acadêmico para pendurar a conta no restaurante no 11 de agosto, o célebre Dia do Pindura
- Provocação
Que faculdade é essa
"Mal" e sem compostura.
Em vez de ensinar Direito
Ensina corte e costura
"Dedicada" aos estudantes da faculdade rival Mackenzie
- Divertida
O homem é mesmo o diabo
Não há mulher que o negue
Mas todas elas procuram
Um diabo que as carregue
Fonte: Departamento do Patrimônio Histório da Prefeitura de São Paulo
Publicado no Jornal "O Estado de São Paulo"
sábado, 12 de janeiro de 2008
Era uma vez uma TV...
Carta publicada na Folha de Londrina - edição de 13/02/2008 - página 02
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=12162LINKCHMdt=20080113
A educação do prazer: desde a infância?
- *Por João Malheiro *
BUSCAR O PRAZER E EVITAR A DOR
A PRIMAZIA DOS SENTIMENTOS
CONSEQÜÊNCIAS DO PRAZER COMO FINALIDADE
MOSTRAR ONDE ESTÁ A FELICIDADE
**João Malheiro
***Formado em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (1984) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), com ênfase em Projeto Político Pedagógico. Atualmente é doutorando em Educação pela UFRJ, aprofundando no tema da falta de motivação no ensino-aprendizagem e como ela pode se relacionar com a vivência e o ensino da Ética.