É assim que os nazistas classificaram alguns judeus, naqueles tempos de Segunda Guerra Mundial. Ou será que só tolos acreditam nessa história?
No artigo de VEJA, desta semana (05/03/2008), André Petry demonstra uma face nazista, dando um claro destino para aquilo que julga não prestar pra mais nada: “ou vai para o laboratório ou vai para o lixo”. Oras, Sr. André, cuidado com o que diz... suas palavras podem ecoar contra a sua própria pessoa... em algum momento de sua vida, esta legislação que o sr defende poderá atentar contra sua própria vida. Num certo momento, quando estiver velho e improdutivo (dentro dos padrões que exigirem à época) o senhor poderá ser jogado num canto de laboratório, já que nenhum valor mais terá a vida, com seus membros amputados, e sua vida segurada por um aparelho qualquer apenas para mantê-lo utilizável nas experiências que os cientistas estiverem dedicando-se naquele momento. Que mal há nisso? Ele era mesmo um velho decrépito... já não prestava para mais nada!
Atentar contra a vida – em qualquer momento em que ela se encontra – é um descalabro. Quem é que pode garantir que os embriões obtidos de forma laboratorial não são vidas congeladas? “Na dúvida, não ultrapasse!” Como pode o Estado – tutor da vida de todos os seus cidadãos – condenar alguém à morte? Que poder é esse que querem dar a este Estado? Eu não quero viver submetido á um estado que se diz democrático, mas ameaça de morte aqueles que ele assim escolher, segundo seus padrões de produtividade ou padrões de permissão para viver.
Não! Há um equívoco nessa discussão toda que querem tapar a todo custo. Não é uma discussão católica, evangélica, cristã ou religiosa. Seu quadrinho com pesquisa entre católicos e evangélicos serve para desviar a atenção; ademais, uma pesquisa desse tipo foi feita em que padrões? Qual o nível de conhecimento dos entrevistados? O quão católicos ou evangélicos são esses 95%? De finais de semana ou cristãos realmente devotos e conhecedores a fundo da fé cristã e da defesa da Vida?
Essa é uma discussão em que muitos daqueles que defendem essa tal Lei, não enxergam o poder que estão dando aos dirigentes: poder para decidir quem pode e quem não pode viver. Não enxergam, porque os mal-intencionados fazem essa confusão toda, para ludibriar aqueles mal informados. É um jogo político, sujo, como temos visto no Brasil em todas as eleições. Decisão pela vida nunca foi uma decisão religiosa. Mas abusa-se desse argumento, desviando as atenções do propósito ditatorial embutido nessa ganância de comandar a vida das pessoas.
E quem garante que, se tal Lei for aprovada, não surgira outros complementos e emendas trazendo a tona mais claramente a vontade ditatorial de decidir quais são os eleitos para viver?
Os cientistas nazistas – como deve o senhor saber – também pensavam assim, como estão pregando hoje. Religião? Não levamos em conta. Oras, esses pobres judeus vão para o forno mesmo, então porque não utilizá-los em experiências na tentativa de purificar nossa raça? Quem se importará, já que eles estão mesmo condenados à morte e vão para o lixo (uma vala qualquer, quando não um depósito de cinzas)?
É exatamente a mesma coisa. A única mudança é que hoje não classifica-se aqueles condenados à morte pela sua raça/credo, mas sim pela sua suscetibilidade vital, ou melhor, pelo seu poder de dizer sim ou não. Como pode um embrião optar pela vida, pelo lixo ou por um tubo de ensaio? Ele não pode decidir. E aqueles que se dizem possuidores de inteligência deveriam decidir por eles – a decisão sensata e correta: a decisão pelo direito de viver.
Complemento ainda, Sr. André Petry: nem os pais que geraram esse embrião, são possuidores do poder de decidir pela sua vida ou sua morte. Eles são sim responsáveis pela manutenção da sua vida – em qualidade – até que esse embrião torne-se pessoa independente e “caminhe pelos próprios pés”.
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