Somente quando amarmos o Inferno nós vamos encontrar o Céu. Somente quando amarmos o que nós não conhecemos nós vamos aprender alguma coisa. Somente onde a Diferença é bem vinda a Vida é bem vinda.
Querida(o) Amiga(o),
Quando tinha 25 anos de idade, Alexandre o Grande, Rei da Macedônia, já havia conquistado 90% do mundo conhecido. Aos 32 anos, Alexandre construiu um império como nunca antes havia sido visto. Tudo em nome da Liberdade. Tudo em nome do seu Sonho de ver todos os povos do mundo sob o domínio da cultura e modo de viver Gregos.
Alexandre era da Macedônia mas era Grego de coração. Durante suas campanhas, tudo que não era Grego, era ruim. Os conquistados viravam escravos, os vencidos viravam cinzas. O que era possível converter, convertia-se, o que era impossível converter, como Culturas e Modo de viver, tinham suas raízes queimadas para que não houvesse a mínima possibilidade de ser novamente reerguidas, registradas ou lembradas.
Alexandre venceu os Persas, o maior exercíto da época, um povo riquíssimo em cultura e beleza, que teve sua história queimada em nome da Liberdade Grega. Alexandre com suas guerras e destruição avassaladoras ajudou a construir o mundo como existe hoje. Tudo em nome da Liberdade. Tudo em nome de uma única Cultura e Modo de Viver.
A história de Alexandre aconteceu a mais de dois mil anos atrás mas repete-se todos os dias por todos os cantos. Repete-se a partir de 11 de Setembro de 2001, quando em nome da Liberdade, tudo que for "terrorista" deve ser destruído, caçado, morto. Repete-se no cubículo ao lado do seu onde você trabalha, quando em nome da Liberdade, tudo que não for idéia sua, deve ser cancelada, abortada, deletada. Tudo em nome da Liberdade.
Tudo em nome de uma Idéia que prevalece enquanto dezenas são pisoteadas, descartas e ignoradas. Tudo em nome da Paz. Paz que não virá quando todas as pessoas forem iguais, tiverem acesso as mesmas coisas para poder comprar as mesmas coisas, vestir as mesmas roupas e ir aos meus shoppings centers com as mesmas crenças.
A Paz do Mundo virá quando TODOS forem diferentes uns dos outros, e ainda assim, se tratarem de maneira Igual. Sem hierarquias sem fronteiras sem diferenças. Tudo em nome da Liberdade. Afinal, ninguém melhor do que aquele que vive onde vive para saber o que é melhor para um determinado lugar. Ninguém melhor do que aquele que faz o que tem que ser feito para saber qual é a melhor maneira de se fazer alguma coisa.
As cores da bandeira da Liberdade não são Azul e Vermelha ou Verde e Preta. Não são cores minhas nem suas.
A Liberdade é branca. É Nossa. É a Cor da Conversa. É a Cor da Compreensão. A mais diversa das cores.
Será que podemos sentar para conversar com a promessa de não levantar até que compreendamos as nossas diferenças e vontades únicas?
Até que nenhum dos dois lados veja o outro lado como Terrorista e Anarquista?
Será que podemos fazer isso? Podemos? Em nome da Liberdade?
Nada menos que isso interessa. Para todos.