terça-feira, 20 de novembro de 2007
The Secret é um lixo
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Gestão do Fósforo
Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal: Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.
No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto ,apenas para passar a noite, começou a pensar que estava com sorte. Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto.
Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela.
Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: 'Sua marca predileta de café. Bom apetite!' Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe?De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.
Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. 'Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?'Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia. O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.
Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.
Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.
Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas. O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!!!
Lembrando que:
Esta mensagem vale para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia que na maioria das vezes passam desapercebidos.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
A Coisificação do Homem
A “coisificação” do homem é um sinal do trágico destino da humanidade: a banalização da vida, a perda de valores éticos e morais, invertendo a prioridade da “coisa” sobre a vida. O crescente hedonismo coisifica o homem, pois este passa a ser um instrumento com uma finalidade única e suprema do prazer.
Vende-se a todo instante, através dos meios de comunicação ou por propagandas disseminadas entre as pessoas, a vida fácil, o prazer instantâneo, o valor do “ter” sobre o “ser” das pessoas. O jovem é o alvo mais freqüente e é bombardeado insistentemente com essa inversão de valores. Mas os adultos também são vítimas. Basta uma olhadela na rua ou folhear uma revista para percebermos a banalização da vida humana.
O relativismo moral e religioso é o responsável por essa inversão de valores, que coloca em risco a própria existência do homem. Tudo é verdadeiro e tudo é permitido desde que seja agradável e prazeroso; melhor ainda se for rápido, instantâneo! As pessoas precisam ser críticas a tudo que é colocado à sua disposição, principalmente quando algo é oferecido de forma muito fácil e graciosa: há que se investigar o que está por trás dessa generosidade suspeita.
A pressão para a legalização do aborto, alegando motivos invertidos como justificativa é um exemplo. Oras, alega-se que se há abortos clandestinos, precisamos legalizá-los. Baseando-se nesse raciocínio: se ninguém respeita o limite de velocidade na cidade e estradas, porque não liberá-los? Não! Limita-se a velocidade porque o seu excesso é um risco para vidas humanas. O mesmo raciocínio deve ser aplicado com relação ao aborto – um atentado contra a vida humana. Ainda: se há assaltos a bancos, porque não estudamos uma forma de legalizá-los? Porque o dinheiro é poderoso e é necessário guardá-lo a sete chaves. Então porque não preservar a sete chaves a vida humana, ainda que tenha apenas dias ou semanas, dentro de um útero materno?
Mais uma vez, a solução mágica é apresentada. Como no caso das cotas, aonde é muito mais fácil e eleitoreiro criá-las do que o demorado, mas necessário, investimento na melhora da qualidade da educação pública (Ensino Fundamental e Médio). Se há abortos clandestinos, é muito mais fácil legalizá-lo do que investir em educação e saúde para impedir gestações inconseqüentes. Há a necessidade de parar com os abortos – clandestinos ou não! O caminho correto é a educação. Também urge fiscalizar e condenar aqueles que promovem essa prática clandestinamente.
É preciso parar com essa inversão de valores. É preciso por os “pingos nos is” corretamente. Definitivamente. E assim, livrar as pessoas da banalização da vida humana.
O ser humano é dotado de inteligência. Deve utilizá-la para tomar suas decisões. Deve empregá-la a serviço da vida e da permanência da humanidade sobre a terra. Campanhas de proteção de árvores e matas são lançadas a todo o momento: sim, necessitamos preservar a natureza para sobrevivermos. Mas de que adiantará preservá-las, se o homem aniquila-se a si próprio?
Texto publicado no Jornal de Londrina - edição de 19/10/2007 - pág 02.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Somos todos Astronautas
O Planeta Terra é muito pequeno e muito frágil para a raça humana colocar todos os seus ovos na mesma cesta. Como todos os seres vivos, a mãe-terra um dia morrerá.
sábado, 1 de setembro de 2007
A Vingança dos NERDS
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Com fazer o Líder Liderar?
Empreendedorismo é viver alguns anos da sua vida como a grande maioria das pessoas não viveria, para que você possa viver o resto da sua vida como a grande maioria das pessoas não poderá.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Medalha de Prata
Querida(o) Amiga(o),
terça-feira, 17 de julho de 2007
A Igreja de Jesus
O conflito, desta vez, recai sobre o documento que o Vaticano publicou, repetindo aquilo que sempre se soube: a Igreja de Jesus subsiste na Igreja Católica. Cristo constituiu sobre a terra uma única Igreja que existirá eternamente, permanecendo com todos os elementos por Ele instituídos. Esta Igreja subsiste na Igreja Católica, já que esta é a única que permanece ao longo da história fiel aos ensinamentos e aos Sacramentos instituídos por Ele. Embora a Igreja Católica permaneça fiel a Jesus através da sucessão apostólica iniciada com São Pedro, o Vaticano insiste que todos os cristãos podem e devem procurar uma unidade verdadeira em Seus ensinamentos. Ele mostra ainda que essa união é necessária e possível, já que, nas igrejas e comunidades eclesiais cristãs surgidas por cismas ou pós-reforma (mas que ainda mantém alguns sacramentos verdadeiramente cristãos), a Igreja de Cristo é presente através da Verdade e dos Elementos de Santificação que existem nelas. Essas comunidades, apesar de não estarem em comunhão com a Igreja Católica, são passíveis de qualidades salvíficas, ou seja, não são vazias de peso e de significado, no sentido que o Espírito de Cristo não se recusa a servir-se delas como instrumentos de salvação.
A afirmação “subsiste” é real, pois a doutrina que se transmite ao longo da história não se modifica minimamente. Essa expressão mostra a plena identidade da Igreja de Cristo com a Igreja Católica.
O Concílio Vaticano II insiste em afirmar também que existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da Igreja Católica, ou seja, nas Comunidades Eclesiais. Jesus deixou na Igreja Católica, através de seu Espírito Santo, os meios de salvação, mas as divisões entre os cristãos impedem que ela atue de forma plena sobre todos Seus filhos. Este documento promulgado pela Congregação para a Doutrina da Fé constitui uma clara chamada de atenção para a doutrina católica sobre a Igreja. E mostra o caminho certo para o diálogo ecumênico, dando-lhe prioridade Para saber mais, acesse http://www.vatican.va/ ou consulte: - Igreja Católica, fundada por Jesus: Mt 18,17; 28,19s; Jo 17,4. – una no governo e na doutrina: Jo 10,16; 17,20-23; At 4,32; I Cor 12,12s; 14,33; Ef 4,3-6; Col 1,18; 3,15. – católica (universal): Mt 24,14; 28,19; At 2,5-11; 10, 28-34s; I Tim 2,4. – apostólica: Mt 16,18s; 18,18; At 1,12-26; Ef 2,20ss; I Tim 4,14; Apoc 21,14. – São Pedro e seus sucessores (papas): Mt 16,16-19; Lc 22,31s; Jo 1,41s; 21,15ss.
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Somos todos Evangelistas
Querida(o) Amiga(o),
domingo, 8 de julho de 2007
sexta-feira, 22 de junho de 2007
A Evolução da Evolução
Assim, mostrando como a vida evolui, Darwin dispensou Deus do cargo de criador. E agora seus seguidores do século 21 querem fazer algo ainda mais chocante: mostrar que não passamos de escravos a serviço dos verdadeiros donos deste planeta.
Ah, tem mais: a teoria de Darwin pode ter desvendado o segredo dos buracos negros. E mostrado não só que deve haver vida fora da Terra mas em universos paralelos também. Quer saber como? Então vamos embarcar no velho Beagle. Primeira escala: o inferno.
O inferno de Darwin
O solo repleto de lava negra estava coberto de lagartos e tartarugas monstruosas. Caranguejos escarlates corriam por todos os lados. O calor era tão forte que atravessava as botas e queimava os pés. Cercado por uma vegetação composta de cactos de 3 metros de altura, girassóis do tamanho de árvores e arbustos desfolhados, Darwin escrevia em seu diário: "A superfície seca e crestada, aquecida pelo sol do meio-dia, deixava o ar abafado, quente como em um forno. Tínhamos a impressão de que até os arbustos cheiravam mal".
"Esse lugar é o inferno!", dizia Robert FitzRoy, capitão do navio de pesquisas Beagle, que levara o jovem Charles Darwin às Galápagos, um arquipélago no oceano Pacífico. FitzRoy queria um cavalheiro a bordo para lhe fazer companhia. E o abonado Darwin, de 22 anos, acabou escolhido, principalmente porque estava estudando para virar padre - mas também porque FitzRoy gostou do formato do nariz dele, que "sinalizava profundidade de caráter".
O capitão tinha dois objetivos para a viagem. Um a serviço do Império Britânico: mapear a costa da Patagônia. Outro, pessoal: encontrar provas científicas de que o mundo tinha sido criado de acordo com o que está na Bíblia. Mal sabia ele que o assassino de Deus estava a bordo.
A paisagem infernal das Galápagos, onde aportaram em 15 de setembro de 1835, após quase 4 anos de expedição, era um paraíso para Darwin. Ele pintou e bordou com tudo o que pôde naquele lugar perdido no tempo. Pegou carona nas tartarugas ("Era difícil manter o equilíbrio."), tirou onda com as iguanas ("Ela ficou olhando para mim como se quisesse dizer: Por que você puxou a minha cauda?") e encheu o bucho de iguarias exóticas ("Tatu é um prato excelente quando assado em sua carapaça."). De quebra tirou de lá a inspiração para a idéia mais importante e assustadora da história da ciência.
O gatilho para esse pensamento veio quando ele percebeu diferenças instigantes entre os bicos de uma espécie de passarinho das Galápagos, os tentilhões. Em uma ilha eles tinham bicos grossos, bons para quebrar nozes. Em outra, longos e finos, ideais para arranjar comida em frestas. Darwin imaginou que aquelas aves deviam ter se adaptado de algum jeito. Por mágica? Não: por um processo de seleção que levou gerações. Em ambas as ilhas teriam nascido pássaros de bico fino e de bico grosso. Naquela onde havia nozes para comer, só estes últimos teriam sobrevivido. A partir desse raciocínio simples, nascia um monstro.
De volta à Inglaterra, aos 27 anos, Darwin estudou a fundo as 5 436 carcaças, peles e ossos que colecionara na viagem do Beagle e concluiu que TODAS as espécies do mundo tinham passado por processos de adaptação equivalentes ao dos tentilhões. Bem devagarzinho.
Imagine as asas dos pássaros, por exemplo. Pela lógica de Darwin, elas não nasceram prontas. Em algum ninho dos ancestrais dos pássaros, que não voavam, surgiu um mutante, um "patinho feio", com uma pequena membrana que lhe permitia planar de vez em quando. Essa característica deu-lhe alguma vantagem na luta pela sobrevivência. E o bicho deixou mais descendentes que seus irmãos. A prole dele, que carregava a mesma mutação, também fez mais filhos, e por aí foi. Com o tempo, novos mutantes, novos patinhos feios, foram nascendo com asas cada vez melhores. E no fim das contas um novo tipo de animal se consolidava no planeta: os pássaros. Tudo às custas da extinção de outros bichos parecidos, só que menos adaptados à dureza da vida.
"A produção de animais superiores é conseqüência da natureza, da fome e da morte", escreveu Darwin. Nós mesmos, imaginou o inglês, não podíamos estar de fora. A diferença é que a evolução para a forma que temos hoje foi a partir de "macacos" (na verdade, animais parecidos com macacos) que foram desenvolvendo cérebros cada vez maiores, do mesmo jeito que os pássaros fizeram com as asas. E esses "macacos" vieram de outros bichos... Hoje sabemos de quem: de peixes mutantes que nasceram com a capacidade de respirar fora da água - nossos pulmões, por exemplo, vieram direto desses animais, que viviam em pântanos lamacentos. Aí não tinha mais jeito. Darwin já sabia que não éramos "a imagem e semelhança de Deus".
Agora responda: o que você faria ao perceber que na sua cabeça existe uma idéia que pode abalar as crenças mais profundas de quase toda a humanidade? Darwin sentiu o peso, e ficou aterrorizado. Demorou mais de 30 anos para publicar a idéia em seu livro A Origem das Espécies, de 1859. E ainda assim o livro só saiu quando ele leu um artigo de Alfred Russel Wallace, um biólogo inglês.
O texto continha uma teoria bem similar à da seleção natural, porém menos abrangente. Com medo de ser passado para trás, Darwin autorizou seu amigo Thomas Huxley a expor a Teoria da Evolução ao mundo científico, pois ele mesmo não teve coragem. "Foi como confessar um assassinato", escreveu. Por isso mesmo a teoria demorou para virar unanimidade entre os acadêmicos. Ela só foi aceita para valer quando outros cientistas, já no século 20, a refinaram com base na genética - a forma como os pais transmitem suas características aos filhos.
Esse renascimento deu um gás novo à Teoria da Evolução. E na década de 1930 começava uma nova revolução: o neodarwinismo. Com ele, uma idéia aterradora começou a sair do forno: a de que você não passa de um robô. Era a Teoria do Gene Egoísta, que ganhou corpo nos anos 70. E que afirma que, basicamente, somos sua máquina de sobrevivência dos genes
O sentido da vida
Genes mutantes e as pressões da seleção natural fizeram essa obra esplêndida que você vê no espelho todas as manhãs. Uma caminhada e tanto. Mas uma coisa não mudou através dos tempos: tudo o que os genes querem é fazer cópias de si mesmos. Foi para isso que eles criaram nosso corpo e nossa mente. E agora nos comandam lá de dentro, por controle remoto, para que trabalhemos em nome de sua preservação. A razão da existência? Lutar para que os genes façam cópias deles mesmos do melhor jeito possível. E, para os neodarwinistas, esse egoísmo dos genes é a chave para descobrir como a nossa mente funciona. O próprio Darwin tinha escrito, no final de A Origem das Espécies: "Agora a psicologia se assentará sobre um novo alicerce". Demorou, mas aconteceu. Uma nova ciência da mente ganhou terreno no final do século 20. Foi a psicologia evolucionista, que usa Darwin e a mecânica dos genes para entender o que se passa aí dentro da sua cabeça.
Premissa número 1 dessa ciência: a mente já nasce quase pronta. Ela não é uma folha em branco, em que qualquer coisa pode ser "escrita", como muitos filósofos e cientistas sociais defendem. Do ponto de vista da psicologia evolucionista, não faz sentido dizer que a cultura molda o nosso comportamento. Ela afirma que sua mente foi forjada ao longo de toda a evolução. E que você vem ao mundo com todos os "softwares" instalados no "hardware" da sua cabeça. Seus desejos, sua personalidade e tudo o mais dependem desses programas mentais. Nossa margem de manobra é pequena.
E tem outra: a mente humana ganhou os softwares que tem hoje nos últimos 200 000 anos, quando nossa espécie, o Homo sapiens, veio ao mundo. Passamos 97% desse tempo em bandos nômades, que viviam da caça e da coleta. Nossa mente, então, não passa de uma ferramenta da Idade da Pedra tentando se virar num mundo que não existe mais. Do ponto de vista dos nossos genes, ainda estamos no Paleolítico, uma época sem faculdade, carreira, dinheiro ou anticoncepcionais. Uma época em que só duas coisas realmente contavam.
Sexo e violência
Se ainda sobrou alguma coisa que você queria saber sobre sexo, mas não tinha coragem de perguntar, talvez a resposta dos evolucionistas sirva: ele é a forma que os genes arrumaram para melhorar as defesas da sua máquina de sobrevivência. Por exemplo: se você tem um sistema imunológico que não sabe se defender de algum vírus, e tudo o que você sabe fazer para se reproduzir são cópias de si mesmo, como as primeiras células da evolução, seus rebentos vão ter esse problema. E o clã inteiro vai morrer no caso de um ataque.
Agora, se você combina seus genes com o de um ser imune ao tal vírus, a história é outra: teoricamente, só uma parte do clã morreria. E o resto continuaria passando seus genes adiante como se nada tivesse acontecido. Ao criar esse tipo inovador de reprodução, a seleção natural tratou de dividir o trabalho entre dois tipos de funcionários especializados. Um teria a função de tentar pôr seus genes em qualquer máquina de sobrevivência que cruzasse seu caminho. O outro selecionaria entre esses primeiros quais têm os melhores genes para compartilhar e cuidaria da cria que os dois tivessem juntos. Em outras palavras, o mundo se dividia entre machos e fêmeas (em algumas espécies, os papéis se invertem: os filhotes ficam a cargo dos machos, então eles é que são os mais paquerados).
Enfim, ao ganhar o poder de decidir quais machos terão filhos e quais ficarão na prateleira, as fêmeas assumiram o controle da evolução na maioria das espécies. E, para a psicologia evolutiva, é isso que determina aquilo que mais importa na vida: a propagação dos nossos genes, coisa também conhecida como vida afetiva e sexual.
O sexo, hoje, tem pouca relação com o ato de fazer filhos. Você sabe. Nenhum adolescente pensa em engravidar 10 meninas quando vai viajar para o Carnaval. Mas os genes dele não fazem idéia de que existem camisinhas e tudo o mais, então deixam o rapaz com vontade de transar com 10 garotas e pronto. Se tudo der certo, esses genes poderão instalar-se no útero de um monte de meninas e construir um monte de bebês (várias máquinas de sobrevivência novinhas em folha!).
Do ponto de vista das fêmeas a história é outra: transar com 10 sujeitos num feriado não vai "render" 10 filhos para os genes dela se instalarem. Vai dar é uma baita dor de cabeça. Os contraceptivos poderiam deixá-las livres para fazer sexo só pelo prazer com um monte de seres do sexo oposto, como qualquer homem faz (ou tenta fazer). Mas não. O cérebro delas evoluiu para selecionar os melhores parceiros, ter poucos (e bons) filhos, não para tentar a sorte com qualquer um. Sem falar que, do tempo dos nossos ancestrais caçadores coletores até o século 20, sexo casual para elas era correr o risco de acabar com um bebê indesejado. Aí não tem ideologia liberal nem pílula que dê conta de superar esse "trauma" evolutivo.
Psicólogos da Universidade Stanford, nos EUA, checaram isso com uma experiência simples. Contrataram homens e mulheres atraentes para abordar estudantes e dizer: "Você gostaria de ir para a cama comigo hoje?" Nenhuma mulher aceitou. Já as garotas tiveram resultados melhores: 75% dos homens toparam no ato. Dos 25% restantes, a maioria pediu desculpas, explicando que tinha marcado de sair com a namorada.
Esse apetite todo também ajuda a explicar as raízes de outro comportamento ancestral: a violência. Os despojos de guerra mais comuns nos conflitos tribais sempre foram as mulheres. Não é à toa que uma das lendas sobre a fundação de Roma, que aconteceu no século 8 a.C., celebra o dia em que os primeiros romanos atacaram uma tribo vizinha, a dos sabinos, e raptaram as mulheres deles para começar sua civilização. Não dá para não dizer que deu certo. E esse é o ponto: às vezes a violência é, sim, o melhor jeito de conseguir alguma coisa.
Para saber mais
Tábula RasaSteven Pinker, Companhia das Letras, 2004
O Relojoeiro CegoRichard Dwalkins, Companhia das Letras, 2001
A Vida no CosmosLee Smolin, Unisinos, 2004
quinta-feira, 21 de junho de 2007
- Manchete na primeira página:
(http://www.bonde.com.br/folhadelondrina/) - edição de 20/06/2007
A Matéria na página 10 do jornal impresso:
Ultrapassagem perigosa é pecado
France Presse
Na internet, encontra-se no site: http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22264LINKCHMdt=20070620
Enviei ao Jornal a seguinte carta, comentando a matéria:
No dito documento, em momento algum é proposto que alguma atitude desrespeitosa ou irresponsável no trânsito seja “pecado”, como sugere tal notícia publicada na Folha. Quando o jornal dá essa interpretação, banaliza irresponsavelmente um assunto extremamente importante: a preservação da vida no trânsito.
O número assustador de mortos nas ruas e estradas preocupa todos aqueles que defendem a vida. O Vaticano propõe que a “Pastoral das Estradas” seja difundida pelas Conferências Episcopais nos países em que ela ainda não existe. Tal Pastoral propõe-se a diminuir esses sofrimentos e mortes: ela deve agir de forma educativa e orientar os envolvidos no trânsito para que defendam a vida, sejam atenciosos e responsáveis. Entre as diversas ações, foram propostos dez tópicos – análogos aos Dez Mandamentos do Senhor – que orientam para a defesa da vida acima de tudo, além de uma convivência fraternal no trânsito, pautado sempre pela cortesia, prudência, caridade, apoio, perdão e responsabilidade.
Esta Pastoral tem, como uma de suas missões, denunciar situações perigosas e injustas causadas frequentemente pelo tráfego. Além disso, a Igreja e o Estado devem unir-se para combater a violência do trânsito, sob o objetivo comum da defesa da vida.
Se todos forem responsáveis quando estiverem no trânsito, observarem rigorosamente as regras básicas de defesa da vida, muitas mortes, mutilações e sofrimentos poderão ser evitados. Não precisa ser católico para perceber isso... aliás, não precisa seguir nenhuma religião para perceber o valor da vida e o cuidado que devemos ter para preservá-la!
A Folha de Londrina não quis publicar tal carta, sob a seguinte alegação:
Caro André, a notícia publicada pela Folha da agência France Presse traz exatamente o que os demais meios de comunicação informaram a respeito dos 10 mandamentos do motorista recomendados pelo Vaticano. A própria TV Globo, com sua correspondente na Itália, deu a mesma notícia. Portanto, não vemos razão para publicação de seu artigo. Contanto com sua compreensão e atenção, Editoria de Opinião da Folha de Londrina.
O que dizer????
No caderno CIDADES, página 02 - na coluna Fala, cidadão:
Você acha que dirigir de forma perigosa é pecado?
- ''Penso que não. Acho que no dia-a-dia é preciso se acostumar. Sou católico não praticante, e acho que não tem nada a ver. Pecado é sair de casa mal-humorado e distribuir sua raiva em todo mundo na rua.'' Antônio Valério, 54 anos, taxista.
- ''Depende. Tem que ver o que é a dirigir perigosamente. Se põe a vida de outras pessoas em risco, como dirigir em alta velocidade, furar semáforos, eu acho que é pecado sim. Se não, é falta de respeito e irresponsabilidade.'' Dartagnan de Vitor Carvalho Silva, 22 anos, auxiliar administrativo.
- ''Sim, porque se a pessoa dirige de forma perigosa e mata alguém está pecando. Por isso concordo com essa orientação da Igreja. Acho que hoje em dia as pessoas não respeitam muito, e com isso elas vão se conscientizar mais.''Cláudia Manella, 34 anos, secretária.
- ''Eu acho que considerar isso pecado é uma forma de sensibilizar as pessoas, e vai contribuir para melhorar o trânsito. Se for analisar a fundo, acho que é pecado sim. A gente vê cada barbaridade no trânsito que é só por Deus mesmo.'' Ângela Grigonis, 26 anos, comerciante.
Publicado no site (http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22881LINKCHMdt=20070621)
Mais à frente, na página 04, a seguinte reportagem, sob o título:
Direção perigosa agora é pecado
A Igreja Católica divulgou esta semana uma lista dos dez mandamentos do motorista, considerando pecado desrespeitar orientações como ter cortesia, correção e prudência, ajudar o próximo em necessidade e as famílias dos acidentados, proteger a parte mais vulnerável, ser responsável para com o próximo e promover o perdão entre culpados e vítimas. A idéia de que, além de correr o risco de levar uma multa, o motorista pode também estar cometendo um pecado ao infringir as leis de trânsito pode, a longo prazo, provocar uma mudança de comportamento nos condutores de veículos. Essa é a opinião de Eliana Aparecida Ramos Damaceno, 42 anos. Ela é vereadora em Jaguapitã, e não gosta de dirigir em Londrina, porque aqui ''as pessoas não têm muito respeito''. Para ela, a cordialidade, o respeito e a prudência no trânsito são necessários independentemente da religião da pessoa. ''Não considero a infração a esses princípios um pecado, mas uma falta de respeito com o ser humano. Carro não é arma, é um meio de transporte'', define. Já o taxista Armando de Jesus, 60 anos, acredita que esse posicionamento da Igreja Católica não deve influir muito na atitude de cada um. ''Cada um deve saber o que faz'', recomenda. Mesmo sem ser católico, Armando concorda com a atitude da igreja em relação ao assunto. ''O motorista de Londrina buzina bastante, acha melhor buzinar do que frear. É preciso ter mais paciência. Não é fácil, mas a pessoa tem que se esforçar. Eu mesmo nem ligo, já me acostumei'', afirma.
Para Ildefonso Dellaroza, 77 anos, que sempre trabalhou dirigindo e há mais de 20 anos atua como taxista no mesmo ponto, manter a calma e ter paciência no trânsito de hoje é uma missão difícil. ''Às vezes tem carro que fica fazendo cera na minha frente, o motorista não anda dentro da faixa da sua pista, fala ao celular, e isso me irrita. Acho que cada um tem seu temperamento, e eu sou meio nervoso. Queria ser mais calmo, mas já nasci com o sangue meio violado'', argumenta. Apesar desse temperamento, Dellaroza preocupa-se em manter uma boa conduta no trânsito. O taxista conta que já se envolveu em um acidente em que o outro motorista estaria errado, mas acabou pagando o conserto de ambos os carros. ''Ele ficou tão feliz que veio me mostrar o carro dele consertado. E saiu falando bem de mim. Também sempre ajudo no que posso quando vejo um acidente'', conta, mostrando que, mesmo antes de o Vaticano divulgar os dez mandamentos do motorista, já havia praticado alguns deles.
O padre Romão Martins reconhece que a correria e o stress do dia-a-dia levam muitos a descontar sua raiva no trânsito, acabando por infringir algumas regras de conduta. ''A orientação do Vaticano procede, porque qualquer atentado contra a vida é um pecado. Pecado é tudo aquilo que atenta contra a vida e prejudica as relações humanas e com Deus'', esclarece, lembrando que se omitir ao invés de ajudar também é pecar. Para Romão, além de refletir, essas orientações devem levar o motorista a preparar o espírito e o coração para enfrentar o trânsito cada vez mais conturbado das grandes cidades. ''Eu mesmo já fui multado. Não é vergonha receber uma multa, porque qualquer pessoa é passível de cometer um erro. O que não se pode é fazer disso uma regra, colocar a vida alheia em risco. Prejudicar a vida de alguém é pior, e o valor é tão alto que não tem preço''.
Reportagem Local
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22906LINKCHMdt=20070621
Novamente pergunto: O que dizer????
Veja que, desta vez, a repórter não menciona a Pastoral das Estradas e nem a preocupação do Vaticano com a divulgação e crescimento desta Pastoral como um braço da Igreja que protegerá vidas e diminuirá o sofrimento das vítimas do trânsito.
Escrevi nova carta para a Folha, que desta vez, não se dignou a responder e muito menos a publicá-la. Veja a seguir:
Prezado Editor
Agora que publicaram uma reportagem local a respeito do assunto (não é uma reportagem "comprada" de outro veículo), acredito que aceitarão meus comentários...
Segue, então, minha opinião para o Espaço Aberto, a respeito da reportagem entitulada "Direção perigosa agora é pecado".
Grato pela atenção
Pastoral das Estradas
O título de uma notícia publicada na página 04 do caderno Cidades, da edição de 21/06/2007, desvirtua o conteúdo da matéria original: a divulgação da Pastoral das Estradas pelo Vaticano, no último dia 19/06. Outros jornais, como "O Estado De São Paulo" por exemplo, noticiaram a mesma matéria com uma chamada mais objetiva "Os Dez Mandamentos do Trânsito", e uma descrição objetiva de seu conteúdo, não perdendo seu foco em nenhum momento - confira no site: http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2007/jun/19/178.htm. O conteúdo dessa notícia está também à disposição no site http://www.zenit.org/article-15391?l=portuguese. O documento original, em italiano, encontra-se no site do vaticano, no endereço: http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/20446.php?index=20446&po_date=19.06.2007&lang=po.
As colocações do Padre Romão Martins foram muito bem vindas, já que esclarece o nobre objetivo da defesa da vida, e que qualquer ato contra a vida é uma transgressão moral: obviamente torna-se um pecado para os católicos e uma insensatez para aqueles que não são católicos ou que não acreditam em pecado!
O número assustador de mortos nas ruas e estradas preocupa todos aqueles que defendem a vida. O Vaticano propõe que a “Pastoral das Estradas” seja difundida pelas Conferências Episcopais nos países em que ela ainda não existe. Tal Pastoral propõe-se a diminuir esses sofrimentos e mortes: ela deve agir de forma educativa e orientar os envolvidos no trânsito para que defendam a vida, sejam atenciosos e responsáveis. Entre as diversas ações, foram propostos dez tópicos – análogos aos Dez Mandamentos do Senhor – que orientam para a defesa da vida acima de tudo, além de uma convivência fraternal no trânsito, pautado sempre pela cortesia, prudência, caridade, apoio, perdão e responsabilidade.
Esta Pastoral tem, como uma de suas missões, denunciar situações perigosas e injustas causadas frequentemente pelo tráfego. Além disso, a Igreja e o Estado devem unir-se para combater a violência do trânsito, sob o objetivo comum da defesa da vida.
Se todos forem responsáveis quando estiverem no trânsito, observarem rigorosamente as regras básicas de defesa da vida, muitas mortes, mutilações e sofrimentos poderão ser evitados. Não precisa ser católico para perceber isso... aliás, não precisa seguir nenhuma religião para perceber o valor da vida e o cuidado que devemos ter para preservá-la!
Mais uma vez, pergunto: O que dizer???...