É vergonhoso ver tais "comissões de entendidos", eleitas sabe Deus por quem e com que critérios, colocarem certas pessoas sob o julgo de um tribunal racial, humilhando-as à provarem sua origem racial. Isso sim é racismo. Racismo puro, tão puro quando aquele odiado do nazismo. Estão semeando ódio racial. O sujeito, que não puder provar sua origem negra, vai ficar fora da universidade. O outro, com vergonha de ser submetido à uma mesa de inquisitores, também vai ficar fora. Somente vencerão aqueles que forem corajosos o suficiente, a ponto de se entregarem aos caprichos dos que se julgam "entendidos e experientes" para discriminar quem é negro daquele que se sente negro mas não pode provar... E lemos no jornal a declaração da coordenadora da tal comissão: "não é fantástico as pessoas quererem ser declaradas negras ou pardas? Brigam até com advogados para isso!" Pois é, dona coordenadora, quando é para "levar uma vantagenzinha", as pessoas se submetem até aos mais variados tipos de humilhação. Num pais aonde as pessoas precisam ficar na chuva, dias e noites para conseguir uma vaga na escola; num país aonde é preciso se submeter a humilhação e o desconsolo de uma longa fila durante a madrugada, quando não a noite inteira, suportanto uma dor lascerante, para conseguir uma consulta médica; num país aonde os idosos, doentes ou não, foram obrigados a se apresentarem perante um recadastrador impeduoso, sob pena de perderem seus vencimentos; Pois é, dona coordenadora, para pessoas que são humilhadas diariamente, humilharem-se mais uma vez no seu tribunal, para receberem uma suposta vantagem, é fichinha. Eu pergunto: você não tem vergonha de estar submetendo essas pessoas à essa humilhação? Não seria mais produtivo gastar toda essa energia em prol de uma educação básica pública mais eficiente, ao invés de ficar criando cotas para se entregar ao desejo político-populista? O exemplo das segregações não é animador. A experiência da democracia é exemplar. Chega de criar soluções mágicas para problemas complexos. Vamos agir com a cabeça e a inteligência. Educar é preciso. E não se educa com migalhas, muito menos com soluções populistas político-eleitoreiras.
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