Olá pessoal, sou Tiba, psiquiatra, psicodramatista e educador.
Mais do que com armas, é com conhecimento que se pode fazer uma reviravolta neste país, que sobrevive apesar da falta de ética de parte grande dos nossos governantes.
Não é possível que o povo brasileiro seja mobilizado a ir às urnas neste referendo (cujo sentido é ainda discutível) no mesmo momento político em aparecem comprovados e vergonhosos "mensalões" e "mensalinhos", demonstrativos de que boa parte dos políticos brasileiros visa mais o seu próprio bem do que o bom cumprimento, com honra, ética e sensatez, dos cargos para os quais foram eleitos.
Me revolta um governo que promove um referendo com uma pergunta capciosa, fingindo querer ouvir o povo. Por que não perguntar se o brasileiro gostaria de ver sua mulher e filhos estuprados e sua casa arrebentada, porque os "maus elementos" estavam armados e ele desarmado?
Qual a diferença que existe entre tais "maus elementos" que nos assaltam, armados com armas de fogo, e outros que, tendo o poder nas mãos, nos assaltam com caneta, nos tirando quase três meses de cada ano trabalhado para lhes sustentar, enquanto a nossa família praticamente passa fome?
O mal está no espírito das pessoas e não no que elas têm nas mãos. Morre-se, também, e em números assustadores, em acidentes de automóvel. Não seria o caso, também, de se fazer um referendo para proibição da venda de carros e combustíveis? Tudo depende de como se direcionaria a pergunta à população: Você é contra ou a favor de que as pessoas continuem morrendo ou matando por atropelamentos e acidentes de automóvel ? Não? Então vote a favor da proibição da comercialização de carros e combustíveis!
O que me deixa indignado neste país é a absoluta de falta de transparência das autoridades. Manobras e campanhas são realizadas para ocultar a falta de ética de nossos governantes -e nenhum país sobrevive à falta de ética, com ou sem arma de fogo...
Me preocupa, ainda, saber quem será o grande beneficiário deste gasto com o referendo. Muito mais útil e correto seria utilizar esta importante verba para a educação. Dos grandes problemas deste país, não destacamos somente a falta de estudos, cultura e educação, mas também o mau uso econômico e ético que as elites políticas fazem deste povo.
O povo brasileiro tem bom coração. É um povo tão carente, necessitado e crédulo que bastam algumas palavras bem ditas, que mexam com a sua emoção; basta que recebam chaveirinhos, camisetas e bonés, que dentro do contexto de falta de consciência política que impera seja facilmente manipulado, em detrimento de sua própria dignidade e condição de vida.
O governo, através de uma inteligente manobra de massas, mais uma vez vende ao povo a idéia que são as armas de fogo as culpadas pela violência e, numa eficiente estratégia de marketing, "mata dois coelhos com uma cajadada só": a) demonstra estar adotando providências contra a criminalidade; e b) esconde sua ineficiência e incapacidade de lidar com a situação da violência desmedida em que se encontra nosso país.
Mais que isso, o governo, afasta de si a responsabilidade e a transfere ao povo, através de uma pergunta simpática à primeira vista, pela qual já vem fazendo uma campanha oculta há muito tempo. Assim, no futuro, quando a violência e criminalidade não diminuírem, sempre restará a resposta de que a vontade do povo foi cumprida...
Com minha experiência de educador, reforço: não serão essas medidas, populistas, que farão efeito. Somente os livros, a educação a logo prazo e a ética – palavra em falta no vocabulário de nossos políticos – poderão mudar esse Brasil.
Mais do que com armas, é com conhecimento que se pode fazer uma reviravolta neste país, que sobrevive apesar da falta de ética de parte grande dos nossos governantes.
Não é possível que o povo brasileiro seja mobilizado a ir às urnas neste referendo (cujo sentido é ainda discutível) no mesmo momento político em aparecem comprovados e vergonhosos "mensalões" e "mensalinhos", demonstrativos de que boa parte dos políticos brasileiros visa mais o seu próprio bem do que o bom cumprimento, com honra, ética e sensatez, dos cargos para os quais foram eleitos.
Me revolta um governo que promove um referendo com uma pergunta capciosa, fingindo querer ouvir o povo. Por que não perguntar se o brasileiro gostaria de ver sua mulher e filhos estuprados e sua casa arrebentada, porque os "maus elementos" estavam armados e ele desarmado?
Qual a diferença que existe entre tais "maus elementos" que nos assaltam, armados com armas de fogo, e outros que, tendo o poder nas mãos, nos assaltam com caneta, nos tirando quase três meses de cada ano trabalhado para lhes sustentar, enquanto a nossa família praticamente passa fome?
O mal está no espírito das pessoas e não no que elas têm nas mãos. Morre-se, também, e em números assustadores, em acidentes de automóvel. Não seria o caso, também, de se fazer um referendo para proibição da venda de carros e combustíveis? Tudo depende de como se direcionaria a pergunta à população: Você é contra ou a favor de que as pessoas continuem morrendo ou matando por atropelamentos e acidentes de automóvel ? Não? Então vote a favor da proibição da comercialização de carros e combustíveis!
O que me deixa indignado neste país é a absoluta de falta de transparência das autoridades. Manobras e campanhas são realizadas para ocultar a falta de ética de nossos governantes -e nenhum país sobrevive à falta de ética, com ou sem arma de fogo...
Me preocupa, ainda, saber quem será o grande beneficiário deste gasto com o referendo. Muito mais útil e correto seria utilizar esta importante verba para a educação. Dos grandes problemas deste país, não destacamos somente a falta de estudos, cultura e educação, mas também o mau uso econômico e ético que as elites políticas fazem deste povo.
O povo brasileiro tem bom coração. É um povo tão carente, necessitado e crédulo que bastam algumas palavras bem ditas, que mexam com a sua emoção; basta que recebam chaveirinhos, camisetas e bonés, que dentro do contexto de falta de consciência política que impera seja facilmente manipulado, em detrimento de sua própria dignidade e condição de vida.
O governo, através de uma inteligente manobra de massas, mais uma vez vende ao povo a idéia que são as armas de fogo as culpadas pela violência e, numa eficiente estratégia de marketing, "mata dois coelhos com uma cajadada só": a) demonstra estar adotando providências contra a criminalidade; e b) esconde sua ineficiência e incapacidade de lidar com a situação da violência desmedida em que se encontra nosso país.
Mais que isso, o governo, afasta de si a responsabilidade e a transfere ao povo, através de uma pergunta simpática à primeira vista, pela qual já vem fazendo uma campanha oculta há muito tempo. Assim, no futuro, quando a violência e criminalidade não diminuírem, sempre restará a resposta de que a vontade do povo foi cumprida...
Com minha experiência de educador, reforço: não serão essas medidas, populistas, que farão efeito. Somente os livros, a educação a logo prazo e a ética – palavra em falta no vocabulário de nossos políticos – poderão mudar esse Brasil.
Içami Tiba (São Paulo) é terapeuta e escritor.
icami@tiba.com.br
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